Estudos têm sido realizados a fim de esclarecer os processos de aprendizado de idiomas, Entretanto, ainda não foi analisado quais áreas corticais estão envolvidas na aprendizagem de línguas e se indivíduos bilíngues tendem a maior facilidade no aprendizado de um novo idioma em relação aos não bilíngues. Dessa forma, o estudo analisou as modificações corticais e o aprendizado entre indivíduos bilíngues e àqueles com aquisição apenas da língua nativa. Para esta proposição, foram recrutadas 40 participantes (20 professoras de inglês e 20 alunas da Universidade Federal do Piauí que não possuíam conhecimento sobre nenhum outro idioma fora a língua materna), ambas com idade entre 20 e 35 anos. Todas as participantes foram submetidas às tarefas de aprendizagem do alemão. Os resultados demostraram que o grupo bilíngue acertou 42,1% das palavras na tarefa de aprendizagem a mais do que o grupo não bilíngue, demonstrando capacidade crescente de memorização e atenção das palavras durante as tarefas, com os participantes bilíngues apresentando maior potência absoluta da banda alfa no córtex pré-frontal dorsolateral direito do que os não bilíngues. Concluiu-se que indivíduos bilíngues apresentam melhor retenção de memória das palavras e menor esforço cognitivo para o aprendizado de um novo idioma, possivelmente associado à uma melhor plasticidade cerebral decorrente da aquisição de segunda língua.