A Estomatite Aftosa Recorrente (EAR) é uma condição inflamatória frequente na mucosa oral, caracterizada por lesões ulcerativas recorrentes e dolorosas. Essas lesões geralmente aparecem na mucosa oral desassociada dos lábios, bochechas e língua. Na cavidade oral, as manifestações clínicas da candidíase podem coincidir com alterações na mucosa. A infecção fúngica na boca, orofaringe e hipofaringe causa sintomas de ardor, tornando a ingestão de alimentos desconfortável. A utilização de polímeros naturais destaca-se como uma alternativa promissora na área de nanomedicina e nanotecnologia. Os biopolímeros têm demonstrado ser excelentes veículos para fármacos, permitindo inovações na formulação farmacêutica, especialmente quando associados a substâncias com propriedades farmacológicas, como extratos de plantas, permitindo o desenvolvimento de fitoterápicos biocompatíveis e biodegradáveis. Esta pesquisa concentra-se no desenvolvimento de um biofilme mucoadesivo, com matriz biodegradável, composto por polímeros naturais e derivado de Terminalia fagifolia Mart. A produção do biofilme foi realizada pelo método de evaporação de solvente a uma temperatura controlada. O filme resultante foi avaliado quanto à espessura e caracterizado por FTIR, microscopia de força atômica, teor de umidade e ensaio de liberação. A atividade antifúngica do derivado de T. fagifolia foi investigada, determinando-se a concentração inibitória mínima (CIM) e avaliando as alterações morfológicas por microscopia de força atômica, bem como sua influência na formação de tubo germinativo. Testes in vitro foram conduzidos para avaliar a atividade antifúngica do biofilme usando a técnica de difusão em ágar. Observou-se que o biofilme contendo o derivado de T. fagifolia apresentou uma espessura média de 0,0346 mm, enquanto o filme controle tinha uma espessura média de 0,0266 mm. A análise de FTIR sugeriu sobreposição de picos entre os polímeros e o ativo. A eficácia antifúngica do ativo vegetal foi confirmada com CIMs variando de 8 a 64 µg/mL. Os filmes contendo o derivado de T. fagifolia também exibiram potencial inibitório, ao contrário dos filmes apenas com a matriz polimérica. Diante da resistência crescente a antifúngicos e da dificuldade de aderência às formas farmacêuticas atuais, o tratamento com o biofilme mucoadesivo pode representar uma mudança positiva, oferecendo uma abordagem fitoterápica, ecologicamente correta e fácil de usar durante a aplicação.