O estudo de compostos químicos de espécies vegetais tem se tornado cada vez mais importante na busca de substâncias biologicamente ativas. Alguns destes compostos, tais como terpenos, compostos fenólicos e alcaloides, apresentam propriedades biológicas pronunciadas e, devido a esse fato, tornam-se ponto de partida como fonte para a obtenção de novos compostos bioativos e sua consequente utilização em diversas áreas do conhecimento. Diante disso, objetivou-se com o presente trabalho realizar a caracterização fitoquímica dos extratos aquosos e hidroetanólicos de Anacardium occidentale L. e Mimosa caesalpiniifolia Benth., bem como, avaliar sua toxicidade em formigas, sua atividade antibacteriana e citotoxicidade. Os extratos hidroetanólicos de A. occidentale L. e M. caesalpiniifolia apresentaram-se superiores aos extratos aquosos em termos de rendimento, demonstrando cerca de 5% de superioridade. A triagem fitoquímica demonstrou a presença de diversas classes de metabólitos secundários em ambas as espécies estudadas, sendo o extrato hidroetanólico de Mimosa caesalpiniifolia Benth superior aos outros analisados. Com relação a análise quantitativa dos extratos foi verificado que em todas as classes analisadas, houve similaridade com relação ao teor dos fitoconstituintes, com exceção dos fenólicos totais. A adição extratos hidroetanólicos, em diferentes concentrações, de A. occidentale L. e M. caesalpiniifolia Benth. na dieta artificial de operárias de Atta sexdens não influenciaram em suas taxas de mortalidade diárias. A avaliação da atividade antibacteriana dos extratos aquosos e hidroetanólicos de A. occidentale L. e M. caesalpiniifolia Benth. por meio da determinação da concentração inibitória mínima (CIM) demonstrou a eficiência do extrato hidroetanólico de Mimosa caesalpiniifolia Benth. na inibição do crescimento das bactérias Gram-positivas Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis e Listeria monocytogenes, com CIM’s de 250, 500 e 125 µg.mL-1, respectivamente. Por meio da determinação da concentração bactericida mínima (CBM) foi possível observar que os extratos somente inibiram o crescimento bacteriano, não sendo considerados bactericidas nas concentrações testadas. O ensaio de citotoxidade dos extratos aquosos e hidroetanólicos de A. occidentale L. e M. caesalpiniifolia Benth. frente a células de linhagem VERO demonstrou que mesmo após 48 horas, as células apresentaram-se viáveis, indicando as suas consequentes atoxicidades. Os resultados obtidos apresentaram grande relevância, uma vez que, possibilitaram a identificação e quantificação de algumas classes de metabólitos secundários, bem como a avaliação da atividade formicida e antibacteriana, sendo a última responsável pela obtenção de resultados positivos. O extrato hidroetanólico de M. caesalpiniifolia Benth. mostrou-se potencial como fonte para a produção de novos produtos biotecnológicos, baseando na sua atividade antibacteriana, entretanto, salienta-se a necessidade da realização de estudos que elucidem os modos de ação e os mecanismos envolvidos em sua atividade antibacteriana.