A bromelaína é um concentrado de enzimas proteolíticas encontrada no abacaxi que pode atuar como uma possível abordagem terapêutica à periodontite. Por sua vez, a periodontite tem sido caracterizada como uma doença inflamatória multifatorial crônica, causada pelo acúmulo de microrganismos no periodonto, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Assim, este trabalho teve como objetivo, avaliar os efeitos da bromelaína (derivada de Ananas comosus) sobre a periodontite induzida em ratos. Como metodologia teve-se, a utilização de vinte e uma ratas que foram distribuídas entre os seguintes grupos: Controle, que não recebeu tratamento ou indução de periodontite. Periodontite, que recebeu apenas a indução da doença e grupo bromelaína, que recebeu indução de periodontite e tratamento com bromelaína. A bromelaína foi administrada diariamente por injeção intraperitoneal durante um período de 20 dias, uma vez ao dia em horário definido, na concentração de 15mg/kg. A periodontite foi induzida por meio da inserção de ligaduras ao redor dos primeiros molares inferiores de cada rato. Parâmetros orais: índice de sangramento gengival (ISG), índice de profundidade de sondagem (IPS), mobilidade dentária (MD), dosagem da enzima mieloperoxidase (MPO) e Malondialdeído (MDA) do tecido gengival foram realizados, bem como biomarcadores sanguíneos foram medidos, como alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), Glicose, triglicerídeos, colesterol total, albumina e proteínas totais. A avaliação histopatológica dos tecidos hepático e ósseo (região do primeiro molar) foi realizada. Foi feito também dosagens de MDA e avaliação da glutationa reduzida (GSH) nos tecidos hepáticos. Como resultados obteve-se que, o tratamento intraperitoneal com bromelaína reduziu significativamente vários parâmetros inflamatórios orais, perda óssea alveolar e biomarcadores sanguíneos em comparação com os ratos com periodontite. Além disso, o tratamento com bromelaína reduziu o número de gotículas lipídicas e a quantidade de citoplasma espumoso nos hepatócitos de ratos com periodontite, melhorando o escore de esteatose quando comparado aos animais não tratados. Assim, conclui-se que a bromelaína utilizada na periodontite induzida por ligaduras em ratos foi capaz de reduzir parâmetros inflamatórios orais (ISG, IPS, MD, perda óssea alveolar MDA e MPO gengival) e parâmetros sanguíneos (colesterol, triglicérides e ALT), além de possuir potencial para reduzir danos causada pela periodontite, como esteatose hepática, diminuindo os escores de esteatose e dosagens de MDA e GSH.