Indivíduos bilíngues apresentam facilidade na aquisição de uma terceira língua, mas estudos com neuroimagem, sobre essa capacidade ainda são escassos e merecem investigações adicionais, a fim de melhorar a compreensão de quais áreas corticais são utilizadas na aprendizagem de línguas e se indivíduos bilíngues tem mais facilidade no aprendizado de um novo idioma em relação aos não bilíngues. Neste contexto, o estudo analisou as modificações corticais e o aprendizado entre indivíduos bilíngues e àqueles com aquisição apenas da língua nativa. Para esta proposição, foram recrutadas 40 participantes entre 25 e 40 anos, sendo 20 professoras de inglês e 20 alunas da Universidade Federal do Piauí que não possuíam conhecimento sobre nenhum outro idioma fora a língua materna. Todas foram submetidas às tarefas de aprendizagem do alemão. Os resultados demostraram que o grupo bilíngue apresentou maior número de acertos e capacidade crescente de memorização das palavras durante as tarefas, assim como menor potência absoluta da banda alfa no córtex pré-frontal ventrolateral direito e esquerdo em relação ao grupo das alunas (p<0,05). Concluiu-se que indivíduos bilíngues apresentam melhor retenção de memória das palavras e menor esforço cognitivo para o aprendizado de um novo idioma, possivelmente associado à uma melhor plasticidade cerebral decorrente da aquisição de segunda língua.