Investigações eletrofisiológicas e genotípicas em relação à função cerebral são fortemente influenciadas pela arquitetura genética. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar como as variações genéticas funcionais SLC6A3 3’-UTR VNTR e SLC6A3 Intron 8 VNTR influenciam a assimetria na área frontal durante a temporização e o desempenho em tarefas de estimativa do tempo. Material e métodos: Cento e sete homens destros (18-32 anos) participaram do experimento. As variações genéticas relacionadas a atividade do transportador de dopamina (tais como SLC6A3 3’-UTR VNTR e SLC6A3 Intron 8 VNTR) foram associadas ao desempenho em tarefa de estimativa do tempo na faixa de supra segundos (intervalos de tempo com duração de 1s, 4s, 7s e 9s). Concomitante a análise da percepção do tempo foi verificado o padrão assimétrico de predominância cortical em função da capacidade perceptiva dos participantes, por meio da assimetria das oscilações da banda alfa no córtex pré-frontal. Foi encontrado efeito de subestimação e superestimação entre a variação SLC6A3 Intron 8 VNTR e os intervalos de tempo de 1 e 9 segundos (p<0,001), além de associação da mesma variação com a assimetria da banda alfa correspondente ao córtex pré-frontal dorsolateral, como maior ativação a esquerda (p<0,001). Conclusão: Os achados do presente estudo indicam que variantes genéticas do transportador de dopamina podem modular as oscilações da assimetria da banda alfa no córtex pré-frontal dorsolateral durante a interpretação dos intervalos de tempo em nível de supra segundos. Desse modo, o presente estudo sustenta a influência genética na capacidade perceptiva, devido a presumível flutuação dopaminérgica em função dos genótipos da variação SLC6A3 Intron VNTR.