A bioimpressão 3D surgiu para superar as limitações da engenharia de tecidos, proporcionando organização precisa dos componentes biológicos nas redes vasculares e controle espacial das moléculas. Nessa perspectiva, a gelatina tem atraído atenção devido à sua semelhança com a matriz extracelular do organismo vivo. Biomateriais à base de Metacrilato de Gelatina (GelMA) são amplamente utilizados na área biomédica devido às suas propriedades físicas e bioquímicas, embora sua baixa rigidez mecânica e taxa de degradação incontrolável limitem sua aplicação. Como alternativa, a dispersão de Laponita (LAP) tem recebido destaque devido à sua capacidade de aprimorar bioimpressões e estimular a proliferação e diferenciação celular. Além disso, hidrogéis incorporando peróxidos têm mostrado eficácia na liberação prolongada e contínua de oxigênio nos tecidos, destacando-se o peróxido de cálcio (CPO) como um material promissor para a liberação controlada de oxigênio. Diante disso, foram impressos hidrogéis, também chamados de Scaffolds, liberadores de oxigênio, combinando GelMA e LAP para aplicações em defeitos ósseos. As composições foram avaliadas através de teste de injetabilidade. Posteriormente, as estruturas foram caracterizadas através da espectroscopia de infravermelho, microscopia óptica e eletrônica, grau de intumescimento, propriedades mecânicas, análise termogravimétrica (TGA) e calorimetria de varredura diferencial (DSC) e teste da membrana corioalantóide (CAM). Através do teste de injetabilidade, foi possível concluir que a adição de 2,5% de gelatina aumentou a viscosidade do GelMA isolado, enquanto a combinação de 1,0% de LAP e 2,5% de gelatina resultou em uma viscosidade satisfatória e pressão de injeção constante, promovendo a formação de filamentos precisos. A formulação com 1,0% de LAP e 2,5% de gelatina foi identificada como a mais eficiente para bioimpressão, garantindo precisão e estabilidade necessárias. A presença dos grupos funcionais do GelMA, da LAP e do CPO foi confirmada por espectroscopia FTIR. As estruturas impressas com a adição de 1% de LAP melhoraram significativamente a formação de filamentos e a fidelidade de impressão. Nos testes de intumescimento, todas as composições demonstraram um alto grau de intumescimento, e os Scaffolds formaram uma estrutura porosa com poros interligados, favorecendo o transporte de oxigênio e nutrientes. A análise por TGA e DSC mostrou a estabilidade térmica dos hidrogéis. Por fim, o Scaffold GelMA/LAP/CPO exibiu uma melhora significativa na formação vascular, destacando o papel da LAP e do oxigênio nesse processo.