As galactomananas são polissacarídeos não iônicos biocompatíveis e biodegradáveis, compostos por resíduos de manose e galactose. Esses biopolímeros são insumos sustentáveis, não tóxicos, de baixo custo, e com características físico-químicas favoráveis para a obtenção de excipientes industriais, nanocompósitos e nanocarreadores. A espécie Stryphnodendron adstringens, planta nativa do cerrado brasileiro, apresenta um biopolímero da classe das galactomananas, com potencial para o desenvolvimento de novos fármacos considerando sua composição química e atividades biológicas. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi obter e caracterizar nanopartículas constituídas de galactomananas de S. adstringens carreadoras do fármaco anti-inflamatório não esteroidal ibuprofeno. As nanopartículas foram preparadas pelo método de nanoprecipitação. As nanoformulações foram caracterizadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV), potencial zeta, tamanho de partícula, índice de polidispersão, espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR), eficiência de encapsulamento e perfil de liberação in vitro. A formulação otimizada contendo o fármaco apresentou nanopartículas irregulares com tamanho de 374,50 ± 21,30 nm, índice de polidispersidade de 0,40 ± 0,02 e potencial zeta de -33,60 ± 2,45 mV. A eficiência de encapsulamento foi de 35,40 ± 0,55% e a estabilidade das formulações armazenadas a -20°C foi de 60 dias. O perfil cinético in vitro das nanopartículas contendo ibuprofeno mostrou três fases de liberação do fármaco atingindo liberação máxima do fármaco de 92,81 ± 4,18% em 24 horas, de acordo com as propriedades matemáticas do modelo de Gompertz. Os resultados demonstraram que as nanopartículas carregadoras de ibuprofeno apresentaram características favoráveis de um sistema de liberação para aplicação em modelos pré-clínicos de tratamento anti-inflamatório.