As falhas e/ou defeitos ósseos causados por traumas, perdas dentárias precoces e por alterações sistêmicas ainda figuram como as principais limitações para o sucesso de implantes dentários ou do uso de materiais para estimular a neoformação óssea. Além disso há também a possibilidade de infecção por contaminação no transoperatório, o que reforça a necessidade do desenvolvimento de novos materiais. As argilas, em especial a Laponita, são candidatas promissoras para serem utilizadas como alternativa na composição de biomateriais para essa finalidade. Nesse sentido desenvolveu-se um hidrogel compósito de Laponita com um polímero derivado da gelatina (GelMA) para atuar estimulando a neoformação óssea no qual, posteriormente, foi incorporado digluconato de clorexidina com o objetivo de fornecer ao material algum efeito antibacteriano. Os materiais desenvolvidos foram caracterizados por Difração de Raios X, FTIR, Calorimetria de Varredura Diferencial, Termogravimetria e Microscopia Eletrônica de Varredura e foi possível observar a formação do compósito Lap/GelMa bem como a incorporação de clorexidina nos híbridos. Os ensaios de toxicidade e viabilidade celular mostraram a biocompatibilidade dos materiais e o ensaio cometa mostrou que o material não apresenta genotoxicidade. O teste de diferenciação osteogênica mostrou que o hidrogel Lap/GelMa foi capaz de promover a diferenciação de células tronco de medula óssea de rato em células osteoprogenitoras na ausência de outros fatores indutores. O ensaio de inibição bacteriana apontou que o compósito no qual a clorexidina foi adicionada promoveu total controle do crescimento bacteriano já na concentração de 5% de clorexidina. Portanto os materiais desenvolvidos apontam para a possibilidade de uso como biomaterial para aplicação na engenharia de tecidos ósseos.