A mucilagem extraída da semente de chia (Salvia hispanica L.) (MChS) é um heteropolissacarídeo com propriedades espessante, gelificante, emulsificante e encapsulante. Neste trabalho a mucilagem de chia foi obtida, caracterizada e aplicada na formulação de um sistema nanoestruturado para o carreamento do fármaco anti-hipertensivo anlodipino. A mucilagem foi caracterizada por espectrofotometria UV-VIS, FTIR, XRD, TG, DSC e MEV. A MChS foi avaliada também quanto ao aspecto, pH, condutividade, potencial zeta, atividade de água, análise proximal e composição polissacarídica, propriedades tecnológicas, fotoestabilidade, degradação enzimática, citocompatibilidade e mucoadesividade. A nanoformulação constituída de MChS e quitosana contendo o fármaco anlodipino foi obtida pela técnica de complexação polieletrolítica. A validação de metodologia analítica do anlodipino também foi realizada para o ensaio de quantificação do fármaco dos nanosistemas. O rendimento de extração de mucilagem foi de 7,9 ± 1,5%. A MChS apresentou aspecto amorfo, com propriedades químicas e fisico-químicas características de polissacarídeos vegetais. Os resultados evidenciaram que a MSC é um heteropolissacarídeo complexo composta de quatro monossacarídeos neutros principais sendo eles, xilose (27,8%), glicose (26,6%), arabinose (11,5%) e galactose (1,4%). A MChS exibiu excelente fotoestabilidade, com percentual de degradação de 6,6% após 120 min sob luz ultravioleta. A MChS apresentou citocompatibilidade na linha celular de fibroblasto L929. O biomaterial também apresentou atividade mucoadesiva de 0,390 ± 0,007 N.cm-2. A nanoformulação sem o fármaco apresentou tamanho de partícula aproximado de 200 nm. Uma nanoformulação promissora foi obtida com o fármaco na concentração de 7,5 mg de anlodipino com potencial uso na área farmacêutica.