A síntese de novos materiais funcionais a base de carbono a partir do uso de biomassa, tem sido fortemente estudada na atualidade, devido à variedade de matrizes precursoras e técnicas de síntese, que conjuntamente permitem a obtenção de estruturas diferenciadas com aplicações diversas. Dentre essas técnicas de síntese, a carbonização hidrotérmica se destaca devido ao baixo custo energético e por possibilitar a produção de nanoestruturas de carbono onde é possível controlar a morfologia e a funcionalidade química na superfície dos HTCs obtidos. Com base nisso, neste trabalho foram propostas as sínteses de dois materiais diferentes a partir de biomassa de coco babaçu (mesocarpo) por carbonização hidrotérmica. O primeiro, foi obtido pela carbonização de mesocarpo de babaçu com solução de AgNO3 gerando um híbrido composto de esferas de carbono decoradas com nanopartículas de prata na superfície das esferas. Este material tem propriedades eletroquímicas e atua na redução do CO2 gerando ácido oxálico com eficiência faradaica de 28,95%. O segundo material foi obtido pela carbonização hidrotérmica de mesocarpo de babaçu em meio alcalino. O material gerado continha nanopartículas fluorescentes de carbono conhecidas como carbon dots, que quando eram excitadas em comprimentos de ondas específicos emitiam luz verde. Testes revelaram que esses carbon dots tinham sua fluorescência suprimida na presença dos ions Fe3+, Co2+, Ni2+, Zn2+, Cu2+ e Cd2+. A toxicidade deste material também foi avaliada utilizando um modelo aquático (D. magna) o qual foi considerado não tóxico mesmo em elevada concentração do nanomaterial (1000 mg.L-1). Os carbon dots também se mostraram promissores em aplicações de bioimageamento, já que foi possível a visualização de um material fluorescente no trato intestinal da espécie em estudo através de microscopia de fluorescência.