O câncer é um grupo de mais de 100 doenças que envolvem a divisão descontrolada das células do corpo, atualmente, é a segunda principal causa de morte por doenças no mundo e nos próximos anos pode chegar a superar as doenças cardíacas como a principal causa de morte, motivo pelo qual é visto como um grande problema de saúde mundial. Atualmente, os principais tratamentos contra o câncer são com cirurgias, quimioterapia convencional, radioterapia ou a combinação deles. Embora a terapia com quimioterapia convencional seja bem-sucedida, em certa medida, as principais desvantagens são seus graves efeitos colaterais indesejados. Na procura por terapias mais eficientes e menos nocivas, esforços significativos estão sendo feitos para encontrar e sintetizar novas drogas que possam ser usadas como agentes antineoplásico. Neste contexto, o Lapachol e seus derivados tem chamado a atenção devido a suas bioatividades, como destaque para a beta-Lapachona e seus derivados Norbeta- Lapachona e mais recentemente a 2,2-dimetil-(3H)-3-(N-3’-nitrofenilamino) nafto [1,2-b] furano-4,5-diona (QPhNO2), a qual mostrou potencial antitumoral maior que suas antecessoras. Porem, sua baixa solubilidade limita a continuação dos ensaios clinicos, na tentativa de contornar este problema, pesquisadores vem testando novos métodos de administração destes agentes terapêuticos, como nanoencapsulação e liberação controlada. Porém existem ainda lacunas sobre a dinâmica da interação dos sistemas nanoparticulados e biológicos que precisar ser entendidos para uma optimização terapêutica. Com o propósito de entender melhor estes sistemas, neste trabalho aplicamos a técnica de Espalhamento de Segundo Harmônico no estudo de nanocápsulas de policaprolactona carregando o agente anti-câncer QPhNO2, suspensas em solução aquosa, com a finalidade de extrair o valor do potencial de superfície e a orientação molecular na interface das nanocápsulas, parâmetros que possuem relevante papel na interação entre a nanocápsulas e a membrana celular via barreiras de potencial elétrico. Os resultados mostraram que o potencial de superfície da
nanocápartículas vazias é -22.0 ± 3.2mV e -23.3 ± 1.3mV para as nanocapsulas com QPhNO2, mesmo sinal que o da membrana celular, que está entre -40mV e -80mV , e que há um ordenamento de camadas de água que circundam as nanocápsulas na camada de Debye. A determinação do comprimento de Debye e dos valores de potencial de superfície ajudarão a entender o mecanismo de ação relativo ao processo de entrega de fármacos,
contribuindo para a melhoria das terapias de tratamento de doenças.