Avanços nas estratégias para tratamentos de defeitos ósseos tem passado pelo desenvolvimento de novos materiais, a exemplos dos scaffolds. Dentre os materiais utilizados na confecção dos scaffolds, a hidroxiapatita (HAp) sintética consegue simular a HAp encontrada no tecido ósseo humano, sendo utilizada na síntese de scaffolds. Substituições iônicas têm sido empregadas para aprimorar as características da HAp sintetizada, entre elas pode-se citar a troca iônica de íons Ca2+ por Ce3+. Biopolímeros, como a goma do cajueiro (GC) e a goma gelana (GG), tem potencializado a utilização da HAp agindo com agente estruturante na modelagem para o desenvolvimento dos scaffolds. Assim, o trabalho se desenvolveu, inicialmente, com estudo prospectivo e tecnológico acerca da síntese de scaffolds com hidroxiapatita para aplicação na regeneração óssea, procurando entender, através das publicações de artigos e de patentes, rotas de sínteses, materiais utilizados, caracterizações utilizadas, entre outras informações que nortearam a parte experimental. A segunda parte do estudo ocorreu com o desenvolvimento de três scaffolds baseado na combinação de hidroxiapatita e goma gelana, com variação de composição através da presença/ausência de goma do cajueiro e dopagem com íons Ce3+, obtendo-se os scaffolds SH, SCH e SHG. O estudo prospectivo mostrou que o desenvolvimento de scaffolds é recente, iniciando cerca de 30 anos atrás, com caracterizações físico-química, morfológica e mecânica sempre aparecendo na descrição dos scaffolds. Na parte experimental, as caracterizações confirmaram a síntese da HAp, como também mostraram as variações nas composições. A microscopia revelou a existência dos poros além de revelar a morfologia dos scaffolds. Testes mecânicos mostraram que os scaffolds possuem resistência à compressão semelhante à força do osso esponjoso e a de alguns aloenxertos usados em procedimentos cirúrgicos. Testes in vitro mostraram que o scaffold não são tóxicos, revelando potencial para aplicação em engenharia de tecido ósseo.