A introdução da zircônia (ZrO2) como material odontológico representa um grande avanço quando comparado aos demais materiais tradicionalmente utilizados para esta finalidade. Este material destaca-se, devido suas ótimas propriedades tais como resistência mecânica e biocompatibilidade. No entanto, este material pode apresentar limitações quanto a sua coloração branca e alta opacidade, não sendo possível mimetizar as características da dentição humana, já que estes não possuem essas características, afetando assim o conceito estético desses materiais e diminuindo o conforto do paciente. Assim, houve a necessidade de dopagem da zircônia com um agente pigmentante (Fe2O3), através do método de precursores poliméricos (método Pechini), que é indicado pela literatura como mais adequado devido a suas várias vantagens, como: homogeneidade, variação de cores, além de mistura eficiente sem a necessidade de etapas subsequentes. Portanto, este trabalho propõe desenvolver pós de zircônia pré-coloridas através do método Pechini, dopando-o com ferro em diferentes concentrações (0,25; 0,5; 1; 2 e 3mol %) e posteriormente, calciná-los a temperatura de 1000°C, com a finalidade de obter a mistura química mais efetiva, próxima da tonalidade da dentina humana. O material foi avaliado através de algumas caracterizações como: Difração de Raio-X (DRX), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Espectroscopia por Energia Dispersiva (EDS), teste de toxicidade e avaliação colorimétrica, confirmando a presença do ferro dentro da microestrutura da zircônia e suas modificações causadas no material. Os resultados alcançados indicam que o método utilizado foi efetivo para a produção de pós de zircônia com variados nuances de cores, para efetivo uso desses materiais em próteses dentárias, possuindo um grande potencial para aplicações odontológicas.