Foram sintetizados eco-compósitos de polietileno verde de alta densidade (PEVAD), cortiça natural em pó e agente de acoplamento com o objetivo de investigar o potencial desses materiais na construção civil. A cortiça foi incorporada à matriz polimérica em diferentes percentuais (5, 10 e 15%), por meio de uma extrusora dupla rosca corrotacional sob velocidade de rotação de 250 rpm. Os eco-compósitos foram moldados via injeção, segundo as dimensões preconizadas pela Norma ASTMD 638, para posteriores caracterizações. As amostras dos eco-compósitos foram avaliadas por meio dos comportamentos térmico via termogravimetria, e mecânico sob tração, além da análise morfológica por microscopia óptica (MO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). De acordo com os resultados, a tensão de escoamento apresentou uma redução discreta com a incorporação de carga, mantendo-se constante para os sistemas com menor teor de cortiça. Essa redução foi amenizada quando utilizado agente de acoplamento. A análise de degradação térmica confirmou que a cortiça é termicamente estável na faixa de temperatura de processamento e que o teor de cortiça e a incorporação do agente de acoplamento não alteraram significativamente a estabilidade térmica da matriz. Finalmente, os resultados apontam que partículas de cortiça na produção dos biocompósitos com PEVAD é uma maneira interessante de lidar efetivamente com recursos naturais e desenvolver aplicações para construção civil. A inspeção visual apresentou eco-compósitos com aspecto brilhoso, homogêneo e bom acabamento superficial. Os ensaios de morfologia indicaram presença de vazios causada pela umidade. Apesar dos vazios foi possível observar boa dispersão da cortiça na matriz termoplástica comprovando a eficiência do compatibilizante utilizado. A ocorrência desses vazios também não comprometeu significativamente as propriedades mecânicas, que apresentaram valores maiores de rigidez e tensão de ruptura para sistemas com 5% de cortiça.