Sabe-se que quando ingerido pelo animal, a ureia é hidrolisada rapidamente, produzindo amônia (N-NH3) e dióxido de carbono. Quando os níveis de amônia absorvidos pelo rumen excedem o limite do fígado, convertendo-a em ureia novamente, há uma acumulação na corrente sanguínea, causando intoxicação e possibilidade de conduzir o animal até a morte. Considerando os desafios da administração de ureia devido à alta atividade ureolítica do rumen, à importância do seu uso e levando em consideração a relevância da exploração sustentável do potencial tecnológico da biodiversidade, esta pesquisa propõe estudar a encapsulação da ureia em diferentes argilas, paligorsquita (Pl), sepiolita (Sp) e montmorilonita (Mt), como alternativa para uso como fonte de nitrogênio não protéico (NNP). A incorporação por adsorção foi desenvolvida onde o encapsulamento foi comprovado por difração de raios-X observando-se uma característica semelhante para as argilas fibrosas, Pl e Sp, devido o decréscimo na intensidade relativa da reflexão 011, sugerindo uma diminuição na ordem de empilhamento das mesmas por conta da presença da ureia na superfície ou dentro dos canais, enquanto que a Mt, mostra um deslocamento da reflexão em 7,74° que sugere o aumento do espaçamento basal de 11,45 Å na Mt pura para 14,88 Å na amostra após o encapsulamento da ureia. Por termogravimetria, observa-se que o encapsulamento da ureia não altera os perfis de perda de massa, havendo apenas aumentos nos percentuais de perda nos respectivos eventos, o que indica a presença da ureia incorporada às argilas, e por análise elementar, observa-se que os percentuais de carbono, hidrogênio e nitrogênio que se fizeram presentes após o processo de adsorção confirmam a encapsulação. Estes resultados disponibilização uma alternativa promissora para o planejamento da administração de fontes de NNPs na dieta de ruminantes.