Avaliação do cruzamento racial sobre a estrutura testicular e espermatogênese em ovinos da raça Santa Inês e mestiços de Santa Inês e Dorper
ciclo do epitélio seminífero, eficiência espermatogênica, grupos raciais, testiculos
Objetivou-se realizar o estudo comparativo entre a estrutura testicular e espermatogênese de ovinos Santa Inês e mestiços de Santa Inês e Dorper. Foram utilizados oito animais machos, quatro da raça Santa Inês e quatro mestiços de Santa Inês/Dorper. Os animais foram pesados e castrados, tendo seus testículos também pesados para obtenção do Índice Gonadossomático. Os fragmentos testiculares foram fixados em solução de Bouin sob refrigeração a temperatura de 8°C por 24 horas. Realizou-se desidratação dos fragmentos em soluções crescentes de álcool (70%, 80%, 90%, 100% I e 100% II) pelo tempo de uma hora em cada concentração. Posteriormente, os fragmentos foram imersos em Xilol e em parafina líquida (duas imersões) para serem corados com Hematoxilina-Eosina e analisados em microscópio de luz. Foram determinados o volume dos compartimentos dos testículos, a frequência dos estágios do ciclo do epitélio seminífero, o diâmetro dos túbulos seminíferos, altura do epitélio seminífero, a população de células da espermatogênese e de Sertoli por secção transversal de túbulo e o rendimento da espermatogênese, este último, realizado pelas razões dos tipos celulares do estágio 1 do ciclo do epitélio seminífero. Os dados foram submetidos à análise de variância para um delineamento inteiramente casualizado e as médias foram comparadas através do teste Student-Newman-Keuls a um nível de significância de 5%. Os resultados evidenciaram valores do diâmetro tubular de 173,12 ± 29,09 e 185,71 ± 29,7 µm e altura de epitélio seminífero de 52,29 ± 9,98 e 56,68 ± 11,25 µm (P>0,05), para os animais mestiços e Santa Inês, respectivamente. Os mestiços processaram a fase pós-meiótica da espermatogênese em um tempo menor que os animais da raça Santa Inês. Os animais Santa Inês apresentaram um maior número de espermatócitos em pré-leptóteno/leptóteno (15,36 ± 4,49) e de espermatócitos primários em paquíteno (27,42 ± 6,65). Os mestiços, por sua vez, obtiveram respectivamente, os valores de (13,18 ± 5,19) e (23,48 ± 7,80) dessas células. No entanto, os animais mestiços apresentaram um maior rendimento meiótico do que os animais Santa Inês (3,98 ± 1,28 e 3,31 ± 0,83, respectivamente) e maior rendimento geral da espermatogênese (3,71 ± 1,02 e 3,31 ± 1,20, respectivamente). Conclui-se que o cruzamento racial permitiu o aparecimento de diferenças entre os animais Santa Inês e mestiços de Santa Inês/Dorper, das quais se pode apontar que o cruzamento entre os animais Santa Inês e Dorper traz ganho reprodutivo, que associado com o ganho produtivo, indica uma boa opção de cruzamento para gerar animais mais adaptados a regiões que apresentem condições climáticas semelhantes à observada nesse experimento.