O câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo e está entre as quatro principais
causas de morte na maioria dos países. Contudo, as opções disponíveis para contornar o agravamento do quadro podem não impedir a progressão da doença de forma satisfatória, e geralmente são
acompanhadas por efeitos adversos. O uso clínico de compostos quinônicos em oncologia tem
intensificado a busca por novos derivados como alternativas para tratamentos menos agressivos. Nesse
contexto, a oxima β-lapachona (OxβLp), uma nova naftoquinona semissintética, é ativa contra diversas
linhagens celulares de câncer humano. Considerando tais efeitos, o propósito desse trabalho foi
desenvolver e caracterizar nanopartículas poliméricas de alginato contendo OxβLp. O nanocarreador foi
preparado por emulsificação seguida de gelificação iônica, e um planejamento fatorial de dois níveis
demonstrou como o tipo de óleo, o tempo de agitação e a quantida de agente gelificante influenciaram na determinação das propriedades físico-químicas do nanosistema. A nanoformulação selecionada foi
caracterizada quanto ao aspecto, microscopia eletrônica de varredura, potencial zeta, tamanho de
partículas, índice de polidispersão (PDI), infravermelho (FT-IR) e eficiência de encapsulação. Todas as
formulações obtidas foram macroscopicamente homogêneas. As nanopartículas apresentaram forma
oval, com diâmetro de 78,40 ± 1,062 nm. Por análise de espectroscopia no infravermelho foi possível
demonstrar o encapsulamento do ativo. O conteúdo de fármaco quantificado foi de 92,76 μg/mL, com 90,9% de eficiência de encapsulação. No que concerne as nanopartículas de alginato contendo OxβLp, estas apresentaram características tecnológicas atrativas passíveis de favorecer a atuação dessa formulação como um sistema de liberação eficiente.