Complexo de inclusão do extrato hexânico de Platonia insignis Mart (banha de bacuri) e β-ciclodextrina: Incremento de solubilidade e atividade gastroprotetora
Garcinielliptona; banha do bacuri; β-ciclodextrina; Platonia insignis Mart.; gastroproteção.
Platonia insignis Mart. é uma planta da família Clusiaceae, comumente conhecida como bacuri. A graxa extraída das sementes do bacuri apresenta uma composição química com alto teor de ácidos graxos; sendo bastante utilizada na medicina popular para o tratamento de diversas doenças, como problemas de pele, atividade cicatrizante e anti-inflamatória. Do extrato hexânico, foi isolada uma substância: a Garcinielliptona, uma benzofenona poli-isoprenilada, que segundo estudos, apresenta atividade anti-inflamatória e leishmanicida, por isso essa substância foi escolhida como marcadora para as análises de teor na banha e complexo. As ciclodextrinas possuem hoje, aplicação nas mais distintas áreas, consideradas como excipientes funcionais, sendo exploradas no incremento de solubilidade, permeabilidade e estabilidade de fármacos. Estas propriedades são características vantajosas que justificam a complexação de fármacos com moléculas de ciclodextrinas. Neste estudo buscou-se a obtenção, caracterização e avaliação da atividade gastroprotetora oral do complexo de inclusão da banha de bacuri com a molécula de β-ciclodextrina. O primeiro capítulo aborda o processo de obtenção da banha extraída das sementes de bacuri, doseamento de GFC na banha, formação do complexo de inclusão com β-ciclodextrina por pulverização a seco no spray-dried em diferentes concentrações banha: β-CD, doseamento do GFC no complexo, caracterização da banha, β- CD e complexos formados por FTIR, DRX e DSC e avaliação do incremento de solubilidade pelo método de diagrama de fases. O complexo com maior teor da substância marcadora foi utilizado nos testes farmacológicos. O segundo capítulo aborda a avaliação da atividade gastroprotetora oral comparando-se a banha pura, o complexo de inclusão e os fármacos de referência (carbenoxolona e N-acetilcisteína) através dos protocolos de indução de lesão gástrica por etanol em camundongos Swiss e indução de lesão gástrica por isquemia e reperfusão em ratos Wistar, respectivamente. Na indução por etanol, a banha e o complexo nas concentrações de 400 mg/kg, 200 mg/kg apresentaram proteção gastro significativa nas lesões comparativamente ao controle negativo; já na dose de 100 mg/kg, o complexo de inclusão apresentou uma proteção gástrica tão significativa quanto à carbenoxolona (100 mg/kg). No segundo protocolo, a banha e o complexo (100 mg/kg) apresentaram proteção das lesões gástricas, com pouca ou nenhuma diferença significativa comparado à N-acetilcisteína (100 mg/kg), sugerindo a utilização da banha e com melhores características, o complexo, como uma excelente alternativa na proteção gástrica induzida por agentes ulcerogênicos.