Os aditivos alimentares, substâncias adicionadas intencionalmente aos alimentos sem o propósito de nutrir,
apresentam importância tecnológica na indústria de alimentos. Contudo, há poucas pesquisas quanto às
propriedades toxicológicas a nível celular e sistêmico. Diante disto, o objetivo geral deste estudo foi avaliar a
atividade citotóxica, genotóxica e toxicológica de aromas alimentares sintéticos idênticos ao natural, e identificar os
constituintes no aroma de manteiga, em particular. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura, seguida pela
avaliação da citogenotoxicidade em células de Allium cepa e tumorais humanas e murinos dos aromas de
manteiga, queijo cheddar e cebola. Além disto, verificou-se os constituintes e a toxicidade aguda do aroma de
manteiga no teste de Artemia salina nas concentrações de 0,1 a 2,5 ug/mL e em camundongos (sistêmico) nas
concentrações de 10, 3,3, 2,2 e 1,7 g/100mL de e durante o trânsito intestinal, bem como análises
comportamentais. Os testes do campo aberto e do rota rod foram aplicados para avaliar o efeito sobre a atividade
locomotora e coordenação motora em camundongos Swiss que foram tratados por via oral com 10, 3,3, 2,2 e 1,7
g/100mL do aromatizante de manteiga, e para os grupos: grupo controle (água destilada, 0,1 ml/g) e diazepam (2
mg/kg) (i.p.), controle positivo nos testes comportamentais). Para avaliação da motilidade intestinal foi realizado o
teste de trânsito intestinal. Na realização da revisão bibliográfica foi encontrado o uso, benefícios (importância),
legislação, bem como os riscos das mais importantes classes (natural ou sintética) citadas na literatura. Os aromas
de manteiga, queijo cheddar e cebola demonstraram efeito citogenotóxico com diferenças significativas quando
comparado ao controle em todos os testes (p<0,05). Na análise cromatográfica encontraram-se no aroma de
manteiga os constituintes butanoato de etila (97,75 %), 2,3-butonadiona (1,5 %), ácido butanoico (0,4 %) e
hexanoato de etila (0,4%). No estudo de toxicidade in vitro a CL 50 1,48 demonstrando-se tóxico em A. salna. A dose
letal do aoma de manteiga não foi determinada no estudo de toxicidade oral aguda, constatou-se que a sobrevida
decresce a idade. Nos ensaios comportamentais em todos os testes podem-se observar diferenças estatísticas
para o parâmetro coordenação motora (p<0,05). Efeito laxante do aromatizante de manteiga sobre a motilidade
gastrintestinal (p<0,05). Os resultados sugerem que os aditivos de sabor e aroma apresentam potencial para o
desenvolvimento de estudos futuros que visam novas descobertas de efeitos nocivos ao organismo para garantir o
uso seguro.