FARMACOVIGILÂNCIA NO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DE PORTADORES DE DOENÇA DE CROHN
azatioprina, doença de Crohn, imunobiológico, infliximabe, reação adversa a medicamento, sistema de notificações em vigilância sanitária.
O objetivo geral do trabalho foi fazer uma busca ativa, através do estudo de prontuários médicos, de reações adversas suspeitas aos medicamentos utilizados no tratamento da Doença de Crohn (DC) em pacientes que utilizaram o serviço de referência em doenças inflamatórias intestinais do estado do Piauí, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI). A pesquisa foi feita a partir de um estudo retrospectivo, observacional, iniciado em 2014 que buscou avaliar as reações adversas aos medicamentos (RAMs) utilizados no tratamento da DC de uma coorte de 75 pacientes portadores desta doença, que tinham seus prontuários arquivados no serviço de regulação do HU-UFPI, representando todos os indivíduos com DC em tratamento no período de Outubro/2004 a Maio/2015. Foram feitas 147 notificações de suspeitas de RAMs ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (NOTIVISA-ANVISA) em site próprio. A azatioprina foi o fármaco mais utilizado pelos portadores de DC (86,67%); em seguida, o infliximabe (76%) e a mesalazina (58,67%). Os fármacos suspeitos de causar RAMs nos portadores de DC foram: sulfassalazina, mesalazina, prednisona, azatioprina, infliximabe e adalimumabe. Houve 1reação adversa suspeita para a sulfassalazina, sendo que apenas 4% dos avaliados fizeram uso deste fármaco; 41 reações suspeitas para a mesalazina, 45 reações suspeitas para a prednisona; 68 reações suspeitas para a azatioprina; 131 reações suspeitas para o infliximabe e 5 reações suspeitas para o adalimumabe, sendo que 12% dos avaliados fizeram uso deste imunobiológico . Das 147 notificações feitas ao NOTIVISA-ANVISA, até o momento, apenas 26 foram consideradas ‘Concluídas”, classificação que o Sistema de Notificação faz para as reações suspeitas investigadas. O trabalho gerou a adoção de medidas sanitárias pela ANVISA, como alteração da bula dos medicamentos com o principio ativo mesalazina, sendo incluída a conjuntivite como reação adversa nos textos das bulas com o referido princípio ativo. Também gerou alerta para o principio ativo prednisona, com a suspeita da reação adversa acne agravada.