A Eriodictyon californicum (Boraginaceae), comumente conhecida como erva santa, é uma planta nativa da Califórnia que foi usada por tribos indígenas americanas para tratar uma série de doenças, algumas diretamente associadas ao envelhecimento. O composto 7-metoxi-5,3’,4’-trihidroxiflavanona denominada esterubina é um flavonoide que foi isolado das folhas dessa espécie. O uso de plantas medicinais, tem sido usada no tratamento de déficits de memória, como demência, amnésia e doença de Alzheimer (DA). Nesse contexto o estudo teve como objetivo avaliar o efeito da da atividade antioxidante da esterubina nos testes de ABTS, DPPH e íon férrico, a citotoxidade in vitro utilizando o método MTT e também buscou-se avaliar o efeito da esterubina no déficit cognitivo induzido por estreptozotocina intracerebroventricular (ICV) em modelos animais, através de testes comportamentais de memória. A alteração congnitiva foi induzida por estreptozotocina (3 mg/kg, icv) e depois tratados por via oral durante quinze dias, com solução salina (controle negativo), rivastigmia 2,0 mg/kg (controle positivo) e a esterubina nas doses de 10 e 20 mg/kg, para a realização dos testes comportamentais reconhecimento de objeto novo e labirinto aquático de morris. A esterubina apresentou atividade antioxidante nos ensaios de eliminação de radicais DPPH com 74% de inibição na maior concentração testada (0,25 mg/mL) e para eliminação de radicais ABTS a inibição foi de 94% na maior concentração (0,4 mg/mL) e na redução do íon férrico, a esterubina obtive uma CI50 32,38 µg/mL. No ensaio de citotoxidade a esterubina reduziu a viabilidade celular de forma significativa a partir da concentração de 1,56 µg/mL contra as células L929, enquanto para B16F10 reduziu a partir da concentração de 6,25 µg/mL ambos comparados ao controle negativo. A esterubina foi capaz de reverter déficits cognitivos, pois preservou a memória de reconhecimento e espacial dos animais, além de apresentar atividade locomotora exploratória. No ensaio in sílico foi realizado para avaliar os parâmetros físico-químicos, farmacocinéticos (absorção, distribuição, metabolismo, excreção e toxicidade) e a docagem molecular com os alvos selecionados AChE e BACE-1, por meio dos softwares Pre-ADMET, SwissADME e AutoDock Vina, onde observou-se que a esterubina se encaixou nas características das propriedades farmacocinéticas adequadas e na docagem molecular demonstrou que esterubina consiste em uma molécula possivelmente multialvo, sendo capaz de interagir de forma significativa com as enzimas AChE e BACE-1. Portanto, os resultados obtidos com a esterubina foram promissores e ela pode ser utilizada na terapia da doença de Alzheimer.