Segundo a Organização Mundial da Saúde mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia, tornando-se uma das doenças neurológicas mais comuns. Portanto, trata-se de um distúrbio cerebral ocasionado pela predisposição a ter convulsões não provocadas recorrentes, cuja fisiopatologia envolve processos inflamatórios mediados por citocinas, astrócitos e micróglias para promover epileptogênese e convulsões frequentes, de modo que a ocorrência desses episódios de crises subsequentes podem levar a neuroinflamação; bem como o envolvimento de neurotransmissores como ácido gama-aminobutírico (GABA); glutamato e a participação dos canais iônicos. A abordagem inicial do tratamento é baseada na administração crônica de drogas anticonvulsivantes, no entanto nenhum deles encontra-se livre de efeitos colaterais ou interações medicamentosas, o que acaba comprometendo a qualidade de vida do paciente, surgindo a necessidade de novas alternativas com melhor tolerabilidade e eficácia. Os produtos naturais derivados de plantas já demonstraram em vários estudos um potencial interesse terapêutico para o tratamento da epilepsia, principalmente os óleos essenciais devido ao grande teor de compostos bioativos que possuem. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de nanopartículas de óxido de rosa em modelos animais de convulsão. Para tanto, foram utilizados camundongos Swiss machos e fêmeas. Para os testes, os grupos de camundongos foram previamente tratados com veículo (10 mL/kg, v.o.), diazepam (2 mg/kg, v.o) e óxido de rosa puro e nanoencapsulado em albumina (5, 10, 20 mg/kg, v.o.) e posteriormente com pentilenotetrazol (100 mg/kg, i.p.) e avaliados quanto aos seguintes parâmetros: quantidade de convulsões, latência para primeira convulsão e tempo de morte. Além disso, foi realizado o docking molecular para investigar possível ligação entre o O.R e PTZ. Os resultados obtidos inicialmente demonstraram que os animais tratados com OR apresentaram efeitos anticonvulsivantes quando comparados ao controle negativo. Na análise de docking molecular, foi observado que o OR se liga no receptor GABAA, obstruindo a ligação do PTZ nos sítios desse receptor e impedindo que ele induza a convulsão. Desse modo, pode-se concluir que o óxido de rosa apresenta efeito anticonvulsivante, porém mais estudos são necessários.