A redução de crises convulsivas associadas ao uso de β-bloqueadores, dentre estes o propranolol, tem sido estudados e mostram que estes fármacos tem a propriedade de atravessar a barreira hematoencefálica e tem ação direta sobre o SNC. A primeira parte deste trabalho teve como objetivo a realização de uma revisão de literatura com a ação do propranolol sobre o sistema nervoso central (SNC) em doenças como ansiedade, depressão e epilepsia. A segunda parte objetivou-se a preparação e caracterização de nanopartículas de zeína do tipo nanoesferas como carreadora de propranolol. O biopolímero de zeina tem a particularidade de ser biodegradável e mucoadesivo no trato gastrointestinal (TGI). Nanoparticulas de zeina, além de proteger o fármaco contra ação enzimática do TGI, ainda eleva o nível plasmático do principio ativo. Foram utilizadas três metodologias distintas para o preparo e secagem das nanoparticulas de zeina contendo propranolol, e a partir dos testes de caracterização e perfil de liberação in vitro em meio gástrico e intestinal simulados foi escolhida a melhor formulação para via oral. A revisão de literatura mostrou que o propranolol atravessa facilmente a Barreira Hematoencefalica causando melhoria nos quadros de ansiedade por inibição da reconsolidação de memória traumática; apresenta efeito protetor contra convulsões induzidas em modelo animal, porém não há consenso quanto à administração de propranolol e o desenvolvimento de depressão. Também foram observados relatos de declínio na atividade cognitiva. Experimentalmente, foram obtidas nanoesferas de zeína para administração oral de propranolol através de três metodologias. A fórmulação NP6 (Nanoparticula de zeina contendo propranolol obtida por metodo de nanoprecipitação e secagem por liofilização) apresentou melhores características físico-químicas: diâmetro médio de particulas de 206,8667 ± 0,960902; carga superficial (potencial de zeta) -43 mV e índice de polidispersão 0,1330 ± 0,002082. Estes caracteres de partícula em nano escala corrobora com os dados anteriormente publicados para o mesmo polimero. A quantidade de propranolol incorporado as nanoesferas (Payload) foi de aproximadamente 90%. Também foi possivel verificar que o polímero de zeína mostra limite de saturação em relação ao propranolol com impacto sobre o tamanho e homogeneidade dos nanossistemas e rendimento a partir do método escolhido. Com o FTIR foi possível inferir que o propranolol encontra-se no interior da nanoesfera, não sendo detectado na superfície das nanopartículas. Na experimentação in vitro as nanopartículas de zeína apresentaram liberação contínua de aproximadamente 90% do propranolol no meio intestinal, como esperado para a formulação de liberação modifcada o que pode vir a melhorar sua biodisponibilidade. Desta forma, nanopartículas de zeína contendo propranolol podem ser utilizadas para futuros testes in vivo para estudos farmacocinéticos e testes de atividade no SNC.