A epilepsia é uma síndrome neurológica caracterizada pela
recorrência de crises epilépticas, associada a diversas comorbidades como:
hipertensão, problemas cardíacos e outras desordens neurológicas. Esta
patologia pode ser originada por diversos fatores que se estendem de
genéticos a externos, como a indução por administração de substâncias
químicas. É uma doença que apresenta impactos não somente físicos como
também sociais. É uma patologia bem estudada e com linhas de tratamento
desenvolvidas, porém um terço das pessoas acometidas por essa patologia
ainda sofrem de crises refratárias, sendo essencial a busca de novos
mecanismos para o tratamento da epilepsia. Estudos já avaliaram a redução
de crises convulsivas associadas ao uso de β-bloqueadores, dentre estes o
propranolol, a molécula de escolha do presente estudo. O propranolol é uma
molécula que possui sua farmacocinética e farmacodinâmica bem estabelecida
no tratamento de doenças cardiovasculares. O fármaco apresenta a
propriedade de atravessar a barreira hematoencefálica, possuindo ação direta
sobre o SNC. Porém sua concentração plasmática após administração via oral
não é suficiente para a ação desejada no SNC. Pelas razões supracitadas, o
objetivo deste estudo é a obtenção de nanopartículas de zeína para aumentar
a biodisponibilidade do propranolol após a administração oral. Esses
nanossistemas foram caracterizados quanto a tamanho de partícula, índice de
polidispersão, potencial zeta, aspectos morfológicos, doseamento e eficiência
de encapsulação do fármaco. Também serão realizados estudos
farmacocinéticos e de ação anticonvulsivante em modelo animal. A pesquisa é
de caráter experimental e tem como resultado a obtenção de nanossitemas
mucoadesivos de liberação controlada de propranolol para administração oral e
avaliação de sua capacidade anticonvulsivante em modelo animal de indução
por pilocarpina, pentilenotetrazol e picrotoxina.