A Doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal de origem não conhecida, caracterizada pelo acometimento focal, assimétrico e transmural de qualquer porção do tubo digestivo, da boca ao ânus. Apresenta-se sob três formas principais: inflamatória, fistulosa e fibroestenosante. Grande parte dos pacientes necessita de tratamento medicamentoso prolongado e, muitas vezes, por tempo indeterminado. O acompanhamento desses pacientes é fundamental para garantir a sua segurança, e a verificação dessas reações torna-se ponto chave dentro do acompanhamento farmacoterapêutico que deve ser realizada sobre todos os aspectos, inclusive considerando a possibilidade de danos ao material genético do paciente. O objetivo geral deste trabalho foi avaliar o potencial de genotoxicidade do Infliximabe quando utilizado isodalamente ou em associação com Azatioprina, Mesalazina, Sulfasalazina e Prednisona no tratamento de pacientes portadores de Doença de Crohn assistidos pelo Hospital Universitário Da Universidade Federal do Piauí – HU UFPI. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do HUUFPI (Parecer nº 67293517.0.0000.8050) e foi feita a partir de um estudo experimental, descritivo e observacional. A pesquisa foi realizada no período de fevereiro a abril 2018, através da coleta de amostra de mucosa bucal de 40 pacientes com DC que fazem infusão de infliximabe e acompanhamento farmacoterapêutico no HU-UFPI. As amostras coletadas foram submetidas aos testes de Micronúcleo para identificar possíveis danos ao DNA destes pacientes. O perfil epidemiológico dos pacientes do presente estudo foi de indivíduos com prevalência do gênero feminino, etnia parda, graus de escolaridades e ocupações variadas, a maioria com estado civil casado, oriundos em sua grande maioria de Teresina e cidades do interior do Piauí. Os esquemas de fármacos identificados para o tratamento da DC utilizados pelos pacientes em estudo foram IFX, IFX + AZA, IFX + AZA + MSZ + PDN. O maior percentual de associação foi para o esquema terapêutico IFX + AZA. Foi observado aumento no número de micronúcleos em todos os grupos com IFX e suas associações, no entanto não houve diferenças entre o sexo feminino e masculino para os mesmos marcadores. Além disso foram observadas correlações positivas entre os marcadores do teste micronúcleo e os diferentes esquemas terapêuticos utilizados como tempo de tratamento e faixa etária.