O câncer está entre as principais causas de morte no mundo atual e o seu tratamento muitas vezes consiste no uso de medicamentos citotóxicos ou citostáticos com potencial para causar efeitos prejudiciais ao meio ambiente ou ainda causar efeitos patológicos em indivíduos que trabalham com esses tipos de fármacos. Assim, a necessidade de métodos analíticos para determinar fármacos anti-cancerígenos torna-se de extrema importância, sendo os sensores e biossensores eletroquímicos, interessantes candidatos para esta atividade. Com isso, realizou-se uma revisão bibliográfica que traz, até onde fora estudado, pela primeira vez na literatura, um resumo dos principais sensores e biossensores eletroquímicos até então desenvolvidos para a análise de fármacos antineoplásicos, bem como uma prospecção tecnológica a respeito do desenvolvimento e do emprego de sensores e biossensores eletroquímicos na quantificação de medicamentos antineoplásicos baseada na pesquisa de patentes nas bases do Instituto Nacional de Propriedade Industrial do Brasil (INPI), European Patent Office (EPO), no United States Patente and Trademark Office (USPTO) e na World Intellectual Property Organization (WIPO). Foram descritos diferentes sensores e biossensore já desenvolvidos para a análise desses fármacos, contudo, não foram encontradas patentes com esse tema. O estudo objetivou ainda estudar a resposta eletroquímica do quimioterápico metotrexato em eletrodos de ITO e desenvolver filmes nanoestruturados utilizando matérias-primas regionais do Nordeste do Brasil que possam ser utilizados como camada ativa para melhorar a resposta observada para esse fármaco. Observou-se que a utilização do meio eletrolítico à base de tampão acetato de amônio pH 3.5 levou aos melhores resultados e a utilização do filme LbL do polieletrólito PVS e mesocarpo de babaçu conseguiu melhorar o sinal obtido para a resposta eletroquímica do fármaco estudado, fato que provavelmente está relacionado à maior superfície de contato adquirida pelo eletrodo após a deposição do filme, conforme estudado em Microscopia de Força Atômica. Utilizando a técnica de Voltametria de Onda Quadrada, foi possível ainda construir uma curva de calibração para o fármaco em eletrodos de ITO não modificados. Assim, o desenvolvimento de metodologias analíticas rápidas, práticas e baratas para análise desse fármaco mostram-se promissoras a partir da utilização de uma matéria-prima com ampla disponibilidade regional no Nordeste do Brasil como parte de camadas ativas em sensores/biossensores eletroquímicos, o que poderá vir a trazer grandes vantagens no monitoramento ambiental e ocupacional, em procedimentos de controle de qualidade, entre outros.