A xerostomia é um sintoma que consiste na hipossalivação a qual impacta diretamente na higiene bucal, dificuldades de deglutição, comunicação, além de propiciar a ocorrência de infecções locais. A pilocarpina é um dos medicamentos usuais no manejo clínico desse sintoma por ser um alcalóide natural ativo parassimpaticomimético com ação colinérgica direta sobre os receptores neuromuscarínicos em glândulas de secreção. Com isso, o objetivo desse trabalho consiste em desenvolver um sistema polimérico mucoadesivo com goma de Sterculia striata na forma de comprimidos de liberação prolongada contendo pilocarpina, como alternativa para o tratamento da xerostomia. O biopolímero foi isolado, purificado e caracterizado por técnicas de estabilidade térmica, perda de massa e composição de grupos químicos, bem como avaliado as propriedades de fluxo do pó. Em seguida, os comprimidos foram desenvolvidos e avaliados quanto às características físico-químicas da formulação. Por fim, determinou-se o perfil de liberação do fármaco, além da verificação da possibilidade de obtenção de nanopartículas de goma de chichá (GCh) para carreamento de pilocarpina. As análises físico-químicas da GCh evidenciaram estabilidade térmica resistente, típicas dos polissacarídeos. A goma comportou-se como pó fino, amorfo e com índices de compressibilidade adequados para uma formulação sólida. Os comprimidos obtidos por compressão direta apresentaram valores de peso médio, dimensões, pH de superfície e dureza segundo as especificações farmacopeicas. Ademais, o tempo de desintegração, mucoadesividade e o índice de intumescimento demonstraram um perfil apropriado para uma liberação prolongada do fármaco, o qual foi doseado com teor 97,8672 ± 3,25%, bem próximo quando comparado ao medicamento de referência do mercado. O perfil de liberação exibiu que a GCh possui competências como excipiente para aplicação em sistema de liberação prolongada, devido às propriedades mucoadesivas, bem como à estabilidade físico-química verificada pela resistência desse biomaterial. Por fim, as nanopartículas demonstram boa estabilidade e pouca possibilidade de deposição das partículas, exibindo potencialidades para uma formulação melhorada. Os resultados obtidos com a proposta do comprimido mucoadesivo com o biopolímero de chichá contendo pilocarpina revelaram-se oportunas como alternativa na terapêutica para a xerostomia.