De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde divulgados em 2020, mais de 264 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão. Desse modo, muitos estudos são realizados em busca de tratamentos alternativos mais naturais e sustentáveis e que visam uma ação com menos reações adversas aos medicamentos. Nesse sentido, o Brasil é dententor de um imenso patrimônio genético e, dentre suas plantas medicinais, se destaca o Anacardium occidentale Linn. A partir dele, pode-se obter um óleo fixo e o Líquido da Casca da Castanha de Caju (LCC), composto majoritariamente por ácido anacárdico, no qual estudos observaram seus efeitos antidepressivos, propriedades antioxidante, antiinflamatória, antimicrobiana e anticarcinogênica. Entretanto, por ser pouco solúvel em água, a sua encapsulação em nanoestruturas torna-se uma alternativa viável para melhoraria de suas propriedades biofarmacotécnicas. Assim, o trabalho tem o objetivo de obter e avaliar um sistema nanoemulsionado constituído por óleo fixo advindo do cajueiro contendo ácido anacárdico com potencial para o tratamento da depressão por via transdérmica. O óleo foi extraído e sua caracterização físico-química foi realizada apresentando um pH na faixa entre 5 e 6, densidade relativa de 0,932, sem presença de resíduos, índice de acidez de 0,85 mg KOH/g, um pico de absorbância em 304 nm no espectrofotometria UV-Visível, e sua espectroscopia na região do infravermelho com transformada de Fourier, juntamente com a sua análise análise por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas identificou a presença majoritária de ácidos graxos insaturados (ácido oleico, ácido linoleico, ácido esteárido e ácido palmítico). O período de indução (PI) diminuiu conforme a temperatura se elevou (100 a 140 ºC), possuindo boa estabilidade oxidativa e também apresentou ação contra as cepas testadas de Candida albicans, Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Posteriormente, com os dados adquiridos será realizado o planejamento fatorial para realização da formulação, que terá o óleo extraído como fase oleosa, na qual será avaliada seus aspectos físico-químicos, sua estabilidade preliminar, a liberação e permeação cutânea in vitro, além de ensaios de toxicidade não clínicos.
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