Monitoramento da quimioterapia AC (doxorrubicina e ciclofosfamida) em pacientes com câncer de mama frente ao estresse oxidativo e genotóxico
Câncer de mama, citocinas, dano ao DNA, estresse oxidatico, quimioterapia AC.
O câncer de mama é uma patologia de origem multifatorial, alguns dos prováveis fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama são: idade reprodutiva, eventos como menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, hormônios exógenos, hábitos higiênicos, dietéticos e hábitos alimentares, além dos fatores genéticos para genes de susceptibilidade e ambientais. Os fármacos antineoplásicos têm sido amplamente utilizados no tratamento de vários tipos de tumores humanos. Em geral, aproximadamente metade dos pacientes com câncer de mama recebem a quimioterapia como a doxorrubicina e ciclofosfamida que iduzem mortes de células neoplásicas, embora, possam também causar danos em células normais. A presente pesquisa teve como objetivos avaliar os possíveis efeitos da quimioterapia com doxorrubicina e ciclofosfamida em células sanguínea, com aplicação dos biomarcadores para estresse oxidativo, genotóxicos, bioquímicos, hematológicos e inflamatórios. As células sanguíneas das pacientes (n=28) com câncer de mama foram avaliadas após o diagnóstico do câncer ductal de mama e durante e após tratamento quimioterápico no Hospital São Marcos no ano de 2012 e 2013. Os dados obtidos com aplicação dos biomarcadores para estresse oxidativo e genotóxicos estão agrupados no primeiro capítulo. No segundo capítulo estão apresentados os dados bioquímicos, hematológicos e inflamatórios. Estresse oxidativo foi observado pelo significante (p<0,05 e p<0,0001) aumento dos níveis de malonaldeído (1,42 ± 0,45) e nitrito (1,16 ± 0,62) nos eritrócitos das pacientes antes, durante e ao fim da quimioterapia. Diminuição significativa (p<0,0001) para glutationa reduzida (24,94 ± 15,13) foi observada em pacientes com câncer de mama antes da quimioterapia em comparação ao grupo controle (36,31 ± 7,65) e após o tratamento quimioterápico em comparação com os níveis basais (24,94 ± 15,13). De forma similar, foi verificado que em estado patológico ocorre uma diminuição significativa (p<0,0001) dos níveis de glutationa peroxidase (73,31 ± 26,26) em relação ao grupo controle (277,8 ± 84,02), mas não foi observada significância durante a quimioterapia. Genotoxicidade foi observada nas pacientes em estado patológico e durante todas as etapas do monitoramento pelo significante (p<0,0001) aumento dos índices e frequências de danos ao DNA de linfócitos avaliados com a aplicação do teste cometa. No monitoramento para as interleucinas 6 e 10, apenas a IL-6 aumentou significantemente (p<0,0001) em todas as etapas do monitoramento. Entretanto não foram observadas diferenças nos níveis de lactatodesidrogenase. Por sua vez, creatino quinase e a Na+ K+, ATPase apresentaram aumento significantivo (p<0,0001) em estado patológico em comparação ao grupo controle; e após a quimioterapia em relação aos níveis basais. Elevação significativa de creatinina foi observada somente após a quimioterapia. O número de leucócitos e plaquetas não apresentaram alterações entre os grupos estudados, porém foi observada uma diminuição significativa (p<0,001 e p<0,0001) da concentração de hemoglobina durante e ao final do tratamento quimioterápico. As pacientes com câncer de mama apresentam estresses oxidativos e danos genotóxicos em estado patológico, entretanto os dados para esses biomarcadores foram mais acentuados durante e após a quimioterapia. De forma similar alterações também foram observadas nos marcadores cardíacos, hematológicos, renais e inflamatórios. Esses resultados ressaltam a importância do monitoramento da quimioterapia especialmente, com a aplicação de marcadores citogenéticos e moleculares, a fim de proporcionar novos prognósticos para o tratamento como uma estratégia de prevenção para recidiva de novas neoplasias.