A doença de Alzheimer (DA) é uma demência multifatorial com aumento da incidência devido ao envelhecimento da população e ao estilo de vida. Os fármacos disponíveis apresentam efeitos adversos e relativa toxicidade. Compostos naturais são investigados como novos potenciadores cognitivos, devido aos seus efeitos neuroprotetores. Nesse contexto, investigou-se os efeitos do óleo essencial de Lippia sidoisdes Cham. (OELs) sobre as enzimas acetilcolinesterase (AChE) e α-glicosidase, e sobre a memória e aprendizagem em camundongos. O OELS foi analisado por CG/MS cujo majoritários foi 1,8-cineol (45,66%). O OELS em testes in vitro apresentou inibição enzimática média (CI50) de 0,57 ± 0,115 mg/ mL e de 0,340 ± 0,23 mg/ mL sobre a AChE e α-glucosidase, respectivamente. O OELS foi avaliado sobre a viabilidade de macrófagos de camundongos e apresentou uma citotoxicidade média baixa 1580,7 µg/mL. Camundongos albinos Swiss mAChos (3 meses de idade) com 35 ±10 que foram divididos em 4 grupos (n= 5) e tratados com OELS (100 e 200 mg/Kg v.o), piracetam 200 mg/Kg (i.p) e veículo (salina e tween 80 0,5% v.o) por 14 dias para avaliar os efeitos na memória e aprendizagem. Do 8º dia ao 14º dia de administração foram realizados os protocolos comportamentais. No 15º os animais foram eutanasiados com sobredose de anestésico. Em testes em campo aberto foi sugerido que OELS nas doses testadas não reduz a atividade locomotora. O labirinto em cruz elevado (LCE), e o aparelho de esquiva inibitória serviram como modelos comportamentais de memorização aversiva inata a lugares altos e claros, a tarefa de reconhecimento de objeto novo (RON) foi utilizada para avaliar a memória espacial visual. Na avaliação nootrópica o OELS não apresentou uma diminuição significativa (p< 0,05) na latência de transferência (LT) no LCE, e nem aumento na latência de escape (LE) na esquiva inibitória, comparado ao veículo. No RON o OELS na maior dose (200 mg / kg) apresentou uma melhora significativa (p< 0,05) no índice de discriminação entre objeto novo e familiar. O OELS apresentou baixa toxicidade em células de mamíferos, inibiu moderadamente as enzimas AChE e α-glucosidase in vitro. Em testes in vivo teve não teve efeito sobre a memória e a aprendizagem. Mais estudos com tratamento crônico com OELs e avaliação de parâmetros ex-vivo dos marcadores do estresse oxidativo, da neuroinflamação e da cognição são encorajados.