Avaliação pré-clinica e bioprospeccção de produtos derivados das riparinas.
Aniba riparia, Antioxidante, Antimicrobiana, Antitrombótica, Citotoxicidade, Riparinas.
Do fruto verde da Aniba riparia (Nees) Mez (Lauraceae), foram isolados alguns alcalóides, do tipo alcamidas, as riparinas (I, Il e III), com atividades farmacológicas. Foram preparados novos derivados da riparina, denominadas riparinas A, B, C, D, E e F. O presente estudo realizou a otimização da síntese dessas substâncias e avaliações pré-clínicas de atividades farmacológicas: antioxidante “in vitro” e “in vivo” com avaliação do estresse oxidativo, testes de citotoxicidade, antimicrobiana, antihelmíntica e estudos comportamentais. A prospecção científica e tecnológica foi realizada em bases de dados, encontrando dezesseis artigos publicados na última década nenhum registro de depósito de patentes nas bases tecnológicas sugerindo a necessidade de um investimento cientifico e tecnológico, que, com base nas propriedades atribuidas à A. Riparia estimulem o desenvolvimento de produtos derivados desta espécie. A avaliação da atividade antioxidante “in vitro” sugere que, as riparinas A-F, por meio da capacidade de remoção de nitrito e de radicais hidroxila, bem como pela redução da peroxidação lipídica, são fontes promissoras de compostos biologicamente ativos com propriedades antioxidantes. As riparinas C,D, E e F foram citotóxicas para as linhagens de células tumorais testadas. Nos testes antitrombóticos as Rip E e Rip A, apresentaram uma significativa capacidade de lise de coágulos, quando avaliado a percentagem de lise nas doses de 25 e 50 µg/tubo. Nos testes antibacterianos e antifúngicos as amostras de Rip E e F foram as mais ativas, aumentando o halo de inibição obtido no cultivo de fungos e bactérias gram positivas e negativas, por meio do método de cup-plate e de difusão em disco, chegando a superar os resultados do cultivo com os controles positivos (fluconazol, ciprofloxacina e azitromicina). A riparina E e F foram as mais efetivas quando avaliadas quanto à atividade antihelmintica pelo efeito “in vitro” sobre vermes adultos do Schistossoma mansoni. A Rip E apresentou os melhores resultados nas atividades farmacológicas testadas, sugerindo uma possível relação entre aestrutura e a atividade. A atividade antioxidante “in vivo” e o estresse oxidativo mitocondrial, foi avaliado em camundongos expostos à Riparina A, uma molécula formada, basicamente, pelo núcleo fundamental das demais substâncias. Em relação ao controle negativo houve redução da concentração de TBARS e de nitrito nas mitocondrias isoladas do cérebro e fígado dos camundongos, houve redução dos níveis de GSH no tecido hepático e cerebral, a atividade da SOD e da catalase aumentaram no cerebro nquanto no fígado SOD permaneceu inalterada e catalase teve atividadereduzida. O potencial antioxidante estruturalmente proposto, foi confirmado nos testes “in vitro” e sugerido “in-vivo” pela promoção da redução do conteúdo de TBARS e nitrito. As dicotomias que surgem pela redução das atividades enzimáticas necessitam ser melhor elucidadas e relacionadas à possibilidade de uma modulação enzimática pró-oxidante. Os resultados obtidos configuram como estimulo e subsidio à pesquisas congêneres e fomentam a formulação de fármacos e a bioprospecção de produtos derivados das riparinas, além de permitir a otimização da síntese destes compostos de forma o obter mLéculas que atendam a demanda crescente por substâncias estruturalmente inovadoras.