Peptídeos sintéticos derivados de proteínas imunoreativas de Cryptococcus Gattii como ferramenta para imunodiagnóstico da Criptococose.
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A criptococose é uma importante micose que afeta seres humanos e animais em todo o mundo. Globalmente, quase 1 milhão de casos de meningite criptocócica em indivíduos infectados pelo HIV são estimados para ocorrer a cada ano e mais de 600.000 mortes. O diagnóstico da criptococose é feito através de microscopia, cultura, seguido por teste bioquímicos, e detecção de antígeno capsular (Crag) por ensaio imunoenzimático, ou de aglutinação de látex ou ensaio lateral flow. A aplicação de peptídeos sintéticos com o objetivo de melhorar o diagnóstico de doenças infecciosas tem sido relatada, mais pouco tem sido feito com relação a micoses sistêmicas. Este estudo teve com objetivo testar peptídeos sintéticos com novos alvos antigênicos para o desenvolvimento de teste diagnóstico para Cryptococcus spp. Sessenta e três epítopos de células B a partir de proteínas imunorreactivas de C. gattii previamente identificados foram sintetizados e avaliados como antígeno em ensaio imunoenzimático (ELISA). Dos sessenta e três peptídeos sintéticos, seis foram identificados como bons candidatos a antígenos para o desenvolvimentode novos teste diagnósticos para a criptococose. Destes, 3 são da HSP70 (H18, H21 e H26), 2 da proteína hipotética CGNB 1302 (Hy49 e Hy50), e 1 da proteína de Sks2 (S4). Estes seis peptídeos sintéticos foram reconhecidas por anticorpos em imunoensaios, alcançando: 100% de especificidade e sensibilidade de 78%. O reconhecimento por anticorpos de soros provenientes de outras patologias mostrou-se heterogêneo e com valores de densidade óptica muito menor do que as observadas para a criptococose (valor p variou de p<0,0001 para p=0,0007), exceto H18. A nossa descoberta demonstra que as técnicas de imunoproteômica e bioinformática foram capazes de identificar novos alvos antigênicos para o desenvolvimento de testes de diagnóstico para a criptococose e, neste estudo seis peptídeos sintéticos mostraram ser promissores antígenos no imunodiagnóstico da criptococose.