As leishmanioses são doenças causadas por parasitas protozoários pertencentes ao gênero Leishmania, que se manifestam desde lesões cutâneas até a forma visceral, de maior morbidade e mortalidade. Segundo a Organização Mundial as Saúde, 350 milhões de pessoas habitam em áreas de risco para infecção, são previstos em todo o mundo um aumento crescente, sendo esperado de 1.0 a 1.5 milhões de novos casos de leishmaniose tegumentar e 500 mil casos de leishmaniose visceral. Os principais recursos usados no tratamento das leishmanioses são baseados em antimoniais pentavalentes, tratamento que possui diversas limitações como efeitos colaterais severos devido à toxicidade, surgimento de cepas resistentes, longo período de tratamento e vias de aplicações dos fármacos intramuscular ou endovenosa. Desta forma é notória a necessidade da identificação de novos tratamentos para as leishmanioses como alternativas economicamente mais viáveis, como bioprodutos a bases de produtos naturais. O presente trabalho buscou padronizar a produção de extratos vegetais de Chenopodium ambrosioides, Boerhavia diffusa, Cecropia peltata, Jatropha curcas e Aloe arborescens para a avaliação da atividade leishmanicida in vitro frente a formas promastigotas de Leishmania amazonensis. Para tanto foram avaliados o desempenho do processo extrativo, otimizando os parametros como método, liquido extrator e tempo. Essa combinação foram sumetida a um planejamento experimental a partir do modelo quadrático fatorial completo com 2 níveis, totalizando 9 experimentos para cada tipo de extração. Os extratos fluidos aquosos e hidroalcoólicos das plantas utilizadas foram caracterizados quanto às propriedades físico-químicas: resíduo seco, pH, densidade, atividade antioxidante in vitro, perfil fitoquímico qualitativo (flavonóides, taninos, alcaloides e saponinas), perfil fitoquímico quantitativo (fenólicos totais e flavonoides totais), Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Os extratos fluídos foram sumetidos a secagem por aspersão em aparelho de spray dryer. Tanto as obtenções dos extratos fluídos como os extratos secos tiveram os seus processos padronizados em temperatura de entrada 120℃ e fluxo de alimentação em 3 ml/min. Os resultados evidenciaram os melhores parâmentros, sendo possível a padronização físico-química dos extratos fluídos e secos (aquosos e hidroalcoólicos). A padronização da produção de extratos é uma etapa importante para garantir a qualidade de novos produtos à base de plantas, possibilitando a homogeneidade das propriedades físicas, químicas e farmacológicas. Os extratos padronizados foram avaliados quanto à atividade leishmanicida in vitro utilizando a forma promastigota de Leishmania amazonesis. Os resultados obtidos servem como base para o desenvolvimento de potenciais fitomedicamentos para o tratamento das leishmanioses.