Diante do atual quadro sanitário vivenciado na cadeia produtiva do camarão Litopenaeus vannamei a estimulação da imunidade e melhoria da resistência a doenças tornou-se primordial para o crescimento sustentável da indústria carcinícola. Portanto, objetivou-se com o presente estudo indicar um imunoestimulante natural derivado de plantas com capacidade de melhorar a resistência de L. vannamei contra infecção do vírus da síndrome da mancha branca (WSSV). Foram realizados estudos prévios de caracterização química, atividade antibacteriana, atividade antioxidante, e toxicidade aguda em náuplios de Artemia salina, foram realizados com os óleos essenciais (OEs) de Achyrocline satureioides, Alpinia zerumbet, Cymbopogon citratus, C. winterianus, Lippia alba, L. origanoides, Mesosphaerum suaveolens, Ocimum gratissimum, O. basilicum, Pilocarpus microphyllus, Psidium guajava, Varronia curassavica, Allium sativum, Citrus limon, Salvia officinalis e Thymus vulgaris. Também foram utilizados os extratos etanólicos (EEs) das plantas Spondias mombin, Myracrodruon urundeuva e Punica granatum. Com base nos resultados preliminares, avaliou-se o efeito da suplementação dietética dos extratos etanólicos de Myracrodruon urundeuva e Punica granatum (EEMP) na modulação de genes imunorelacionados e na sobrevivência de L. vannamei contra infecção causada por WSSV. Todos os OEs e EEs apresentaram importante atividade antibacteriana contra Vibrio parahaemolyticus. Na mistura dos EEs de Punica granatum e Myracrodruon urundeuva (1:3) foi observado o melhor resultado de concentração bactericida mínima (0,078 mg.mL-1 ). Os EEs apresentaram os maiores valores de atividade antioxidante, destacando-se a aroeira (IC50 = 18,22 ± 0,39 µg.mL-1 ). Os EEs não apresentaram atividade tóxica (CL50 > 1000 µg.mL-1 ) em náuplios de A. salina, enquanto os OEs foram considerados tóxicos. A suplementação dietética de EEMP na dose de 1g.kg-1 promoveu aumento da atividade antibacteriana da hemolinfa dos camarões e da contagem total de hemócitos, além de modular importantes genes relacionados ao sistema imune de L. vannamei (Litvan ALF-A, Litvan ALF-C, LvIMD, LvDcr1, LvAgo1, LvproPO2, LvPPAE2, Lvα2M-2 e LvCAT). O aumento da concentração de EEMP não ocasionou efeito dose-resposta. A sobrevivência dos animais alimentados com EEMP 1g.kg-1 foi significativamente maior que a dos animais do grupo controle após cinco dias de infecção. Em conclusão, sugere-se que o EEMP promove estimulação da imunidade inata e melhoria da resistência contra infecção causada por WSSV em L. vannamei.