A goiaba vermelha, fruto de Psidium guajava L. é fonte natural do licopeno, um carotenoide com uma gama de atividades biológicas, sendo a atividade antioxidante bastante evidenciada, no entanto, sua aplicabilidade na indústria acaba sendo limitada em decorrência de sua alta instabilidade química quando exposto a temperatura, luz e oxigênio. Portanto o objetivo desse trabalho é avaliar o potencial biotecnológico e caracterização físico-química de um sistema nanoestruturado com polissacarídeos naturais para encapsulação do extrato rico em licopeno da goiaba vermelha. O extrato rico em licopeno da goiaba vermelha foi obtido com uso de solvente orgânico e caracterizado através de espectrofotometria Uv-vis e Espectroscopia de Infravermelho (FTIR). A goma do cajueiro do exsudato de Anacardium occidentale foi modificada através da inserção de grupos acetil, sendo a modificação analisada por FTIR. Para a obtenção do polissacarídeo fucana, a macroalga marinha do gênero Padina gymnospora foi empregada. As nanopartículas poliméricas (NPs) carreadas com extrato foram preparadas empregando-se o método de nanopreciptação. Os valores de tamanho e índice de polidispersão, foram obtidos através do espalhamento dinâmico de luz (DLS) e o potencial Zeta (ζ) através do espalhamento de luz eletroforético (ELS), a concentração de partículas na suspensão coloidal, foi obtida através análise de rastreamento de nanopartículas (NTA). A eficiência de encapsulação foi realizada através do rompimento da matriz polimérica e o ERL quantificado por espectrofotometria Uv-vis. A morfologia foi avaliada por AFM e TEM. A atividade antioxidante foi avaliada frente ao radical ABTS•+ e ao ORAC e os resultados expressos em equivalência ao Trolox. A atividade hemolítica foi avaliada frente a eritrócitos humano a 5 % com as concentrações do ERL livre e encapsulado variando de 6,25 a 200 µg.mL-1 . O teste de viabilidade celular foi avaliada pelo método colorimétrico MTT nos tempos de 24 e 72 h frente a linhagem celular de adenocarcinoma de mama humano-MCF7 com concentrações do extrato livre e encapsulado variando de 6,25 a 200 µg.mL-1 . As NPs apresentaram tamanho entre 160 a 200 nm, índice de polidispersão entre 0,1 a 0,3 e potencial Zeta (ζ) entre - 29 a -32,1 mV. A concentração de partículas obtida pelo técnica de NTA foi de 6,4x109 partículas/mL de solução com encapsulação de extrato com cerca de 50 a 60%. As análises morfológicas revelaram o formato esférico das NPs, cujo o tamanho foi similar aos dados de tamanho obtidos por DLS. Os resultados de atividade antioxidante frente ao ABTS•+ foi 90,9 µM de Trolox/ mL de nanopartículas. O resultados de ORAC foi de 567,4 µg de trolox/mL de nanoparticulas. As NPs apresentaram nenhuma ou baixa atividade hemolítica, onde 99% dos eritrócitos humanos se mantiveram viáveis. A concentração de 200 µg. mL-1 , no tempo de 24 h, do extrato livre e das NPs apresentaram uma significativa citotoxicidade frente as linhagem de MCF-7, apresentando viabilidade celular de 62,4% e 66,07% respectivamente, no entanto, para o tempo de 72 h o extrato livre não apresentou uma diferença significativa na viabilidade celular em relação ao tempo de 24 horas, mantendo o mesmo percentual de viabilidade, no entanto, resultados promissores foram obtido com as NPs, que reduziu pela metade a viabilidade celular para 30,7%. Os resultados da análise das características físico- química das NPs, adequam-se aos pré-requisitos que norteiam os princípios da nanotecnologia. Esses resultados, juntamente com os de citotoxicidade sugerem aplicações promissoras das NPs incorporadas com extrato para atividade antitumoral, visto que as mesmas apresentaram uma eficácia significativa sob a viabilidade celular das células tumorais em relação ao extrato livre.