Entre as plantas medicinais destaca-se a espécie Rosmarinus officinalis L. (Lamiaceae), conhecida popularmente como alecrim, de onde é extraído um óleo essencial rico em terpenóides. Estudos mostram que diferentes monoterpenos são capazes de promover hipotensão, vasorelaxamento e outros efeitos biológicos. Contundo, pouco se sabe sobre a atuação do óleo essencial de R. officinalis (OE-Ro) na hipertensão. Neste estudo objetivou-se avaliar a atividade do OE-Ro livre e complexado com beta-ciclodextrina (OE-Ro/ β-CD). Este foi estruturado em uma revisão de literarura sobre o tema, seguida de um artigo de revisão sobre biomarcadores de função endotelial na hipertensão, uma revisão sistemática sobre às suas propriedades farmacológicas e aplicações biotecnológicas do OE-Ro e um terceiro artigo, cujo objetivo foi realizar uma avaliação comparativa dos efeitos do OERo e de OE-Ro/β-CD sobre pressão arterial média (PAM) e frequência cardíaca (FC) em ratos normotensos e hipertensos (L-NAME). Para isso, foram empregadas as bases de dados PubMed, Scielo, Science Direct e Medline, no período de 2010 a 2015. A primeira revisão evidenciou interações entre o óxido nítrico e a dimetilarginina assimétrica na regulação, metabolismo, determinação dos níveis intracelulares e outros biomarcadores relacionados à hipertensão. O segundo capítulo foi uma revisão sistemática sobre OE-Ro quanto às suas propriedades farmacológicas e aplicações biotecnológicas. As bases pesquisadas foram Science Direct, Pub Med, Web of Science, INPI, WIPO e EPO com publicações sobre R. officinalis e associações com outros descritores. Foram selecionados 305 artigos sobre OE-Ro nos mais diversos temas e seis artigos associando R. officinalis à hipertensão. Um total de 59 patentes foram analisadas. Os resultados demonstram como são amplos os estudos sobre as atividades biológicas com o extrato e com o OE-Ro, reforçando o uso desta planta como agente fitoterápico, embora exista poucos estudos com OE-Ro para avaliar a atividade anti-hipertensiva. Também ficou evidente que o OE-Ro pode ser explorado em diferentes produtos comerciais e ainda possui aplicabilidade para novas formulações. O terceiro capítulo aborda ensaios in vivo. A toxicidade aguda foi avaliada em ratos adultos. A administração de OE-Ro 2 g/kg (v.o) não provocou morte e não ocorreu diferença significativa nos parâmetros bioquímicos do grupo tratado com o OE-Ro em relação ao grupo controle. Para avaliar os efeitos do OE-Ro e de OE-Ro/β-CD sobre PAM e FC em ratos normotensos e hipertensos (L-NAME). Ratos Wistar machos (250-300 g) foram tratados com L-NAME (50 mg/kg v.o) durante 7, 14 e 21 dias para o desenvolvimento da hipertensão arterial. Os animais foram anestesiados com ketamina (100 mg/kg IM) e xilazina (14 mg/kg IM) para a implantação de cateteres na veia cava inferior e aorta femoral. Os valores de PAM e FC foram obtidos através de um transdutor de pressão acoplado a um amplificador (AVS projetos/SP). Todos os procedimentos foram aprovados pelo CEEA-UFPI (078/2015). Os resultados foram expressos como (Média ± E.P.M), considerados significativos para valores de p<0,05. A administração nas doses intravenosa de 12,5; 25 e 50 mg/kg/OE-Ro apresentou efeito hipotensor associado a bradicardia. Por via oral a dose de 100 mg/kg/OE-Ro não apresentou resposta hipotensora em ratos normotensos (104 ± 5 mmHg), mas em ratos hipertensos o OE-Ro e OE-Ro/β-CD (100mg/kg) promoveram hipotensão, reduzindo a PAM (± 15 e ±19 mmHg, respectivamente). Não houve diferença entre o OE-Ro livre e o OE-Ro/β-CD (9:91). Conclui-se que o OE-Ro, em ambas as vias, mostraram atividade hipotensora e, que a β-ciclodextrina melhorou a atividade de R. officinalis. Contudo, outros estudos são necessários para elucidar os potenciais mecanismos de ação.