Estudos Fitogeográfico e Químico-farmacológico de três espécies Combretaceae (combretum duarteanum, C. mellifluum e Terminalia actinophylla): uma análise comparativa nos cerrados setentrionais e meridionais do Estado do Piauí
Quimiodiversidade, Cerrados do Nordeste, Atividades Biológicas,
Combretaceae.
As espécies estudadas são de relevante interesse devido ao histórico de potencialidades
farmacológicas, já conhecida na família Combretaceae e nos gêneros Combretum e
Terminalia. O presente trabalho teve como objetivo investigar a quimiodiversidade e o
potencial biológico de extrato das folhas de Combretum duarteanum Cambess, C.
mellifluum Eichler e Terminalia actinophylla Mart. coletadas no Cerrado Setentrional e
Meridional do estado do Piauí. Extratos hexânico, etanólico e aquoso das folhas das três
espécies das duas regiões de cerrado foram preparados. A atividade antioxidante foi
avaliada pelos ensaios dos radicais DPPH, hidroxila e óxido nítrico, substâncias
reagentes ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e redução do Fe3+ à Fe2+. A determinação do
teor de fenóis totais foi realizada pelo método de Folin-Ciocalteu e de flavonoides totais
por redução com cloreto de alumínio. A atividade anticolinesterásica foi investigada
pelo método de Ellman. Atividade citotóxica foi avaliada pelo método de brometo de 3-
(4,5dimetildiazol-2-il)-2,5difeniltretrazolium (MTT), frente as linhagens celulares
humanas colorretal, carcinoma de ovário e glioblastoma. Para a determinação do fator
de proteção solar (FPS) realizado com T. actinophylla, realizou-se uma varredura no
espectofotômetro na faixa entre 260 a 400 nm das soluções dos extratos (100 µg mL-1).
Obteve-se os perfis cromatográficos por cromatografia líquida de alta eficiência. A
Análise dos componentes principais foi realizada com 6 Componentes Principais, peso
1 para todas as variáveis e amostras, utilizando o programa Unscrambler® X 10.2. A
espécie C. duarteanum não demonstrou boa atividade antioxidante nos testes realizados,
com exceção do extrato aquoso de C. duarteanum do Cerrado Setentrional que
apresentou boa atividade antioxidante frente ao radical oxido nítrico e na redução do
Fe3+. O extrato aquoso de C. mellifluum do Cerrado Setentrional apresentou alta
atividade antioxidante na redução dos radicais oxido nítrico e hidroxila, o extrato
etanólico de C. mellifluum do Cerrado Setentrional apresentou boa atividade
antioxidante no ensaio de redução do radical hidroxila. Nenhum dos extratos de C.
mellifluum coletada no cerrado Meridional se destacou por possuir atividade
antioxidante. Os extratos etanólicos e aquosos de T. actinophylla do Cerrado
Setentrional e Meridional demonstram forte atividade antioxidante, cada extrato
apresentou maior atividade que o controle positivo em pelo menos dois ensaios. Os
extratos etanólico e aquoso de C. duarteanum do Cerrado Setentrional e o extrato
etanólico de C. duarteanum do Cerrado Meridional apresentaram atividade citotóxica. O
extrato etanólico de C. mellifluum do Cerrado Setentrional mostraram-se fortemente
ativos frente as linhagens de células testadas, o extrato etanólico de C. mellifluum
mostrou-se ativo frente a linhagem glioblastoma – humano. Os extratos etanólicos e
aquosos de T. actinophylla apresentaram atividade citóxica em pelo menos uma das
linhagens testadas. A espécie T. actinophylla se destaca pelo teor de fenois e
flavonóides totais. Todos os extratos de C. duarteanum do Cerrado Setentrional, o
extrato etanólico de C. duarteanum do Cerrado Meridional, os extratos hexânicos e
etanólicos de C. mellifluum e os extratos de T. actinophylla do Cerrado Meridional
demonstraram atividade anticolinesterásica. Os perfis no UV-VIS dos extratos
etanólicos e aquosos mostraram absorções próximas da região carcaterística de
flavonoides. Os testes realizados, com perfil cromatográfico e a análise dos
componentes principais (PCA) demonstram que há uma diferença no potencial químico
e biológico dos espécimes das três espécies, sugerindo que as relações ecológicas
devem ser levadas em consideração em estudos químico/farmacológico.