A periodontite é uma doença inflamatória crônica resultante do acúmulo de placa bacteriana no sulco subgengival, com consequente degradação dos tecidos periodontais e reabsorção óssea. Pesquisas utilizando espécies botânicas para o tratamento da doença vêm recebendo destaque na literatura devido custos reduzidos e menor apresentação de efeitos colaterais. Uma planta que tem potencial para ser utilizada na terapêutica da periodontite é a Libidibia ferrea (popularmente conhecida como Jucá) pois há relatos que apresenta atividades contra doenças orais. Portanto, este trabalho objetiva avaliar as atividades do jucá e seu potencial terapêutico do na periodontite induzida em ratos. Foram realizados os seguintes ensaios in vitro: teste de citotoxicidade; avaliação das atividades antibacteriana, utilizando Staphylococus aureus, Enterococus faecalis e Streptococus mutans; atividade antibiofilme; antioxidante, ABTS e DPPH, e análise fitoquímica. A atividade anti-inflamatória, foi observada por meio da avaliação clínica, dosagem de mieloperoxidase(MPO) e análise da interleucina 1-β e do fator de necrose tumoral- α. In vivo, foram utilizadas 70 ratos Wistar divididos em 7 grupos de 10 animais cada: Controle, Periodontite 20 dias, periodontite e clorexidina, periodontite e gel neutro, periodontite e gel de Jucá a 2,5%, periodontite e gel de Jucá a 5% e gel de jucá a 7,5%. A indução da periodontite foi realizada com aplicação de fio de nylon ao redor dos primeiros molares inferiores do animal. Após 20 dias de tratamento, foi realizada a análise clínica periodontal. Foram coletadas do plexo retro-orbital dos animais amostras de sangue para as dosagens bioquímicas dos marcadores de lesão hepática, lesão renal. Em seguida, os animais foram pesados e eutanasiados. Foram armazenados os tecidos gengivais, hepático e renais para análises histológicas e bioquímicas de glutationa (GSH), malondialdeído (MDA), nitrato (NO3), nitrito (NO2) e dosagens de MPO da gengiva. As mandíbulas foram coletadas e armazenadas para a análise da estrutura do osso alveolar por histomorfométria da região de furca dos primeiros molares inferiores dos animais. Por fim, foi feita a análise estatística. As análises realizadas com o extrato demonstraram bons resultados para as atividades antibacteriana, atividade antioxidante e antibiofilme. As análises clínicas feitas com o gel obtiveram resultados significantes sobre o tecido periodontal, os grupos tratados quando comparados com o grupo periodontite apresentaram pouca alteração periodontal. Indicamos a realização de outros testes para a confirmação da atuação do extrato de L. ferrea sobre os periodontopatógenos. Especialmente realizando o teste de atividante antibiofilme de amostras retiradas diretamente dos ratos com indução de periodontite e análise do fluído subgengival.