O câncer de mama é a neoplasia que mais acomete as mulheres, sendo a principal causa de morte de mulheres por câncer em todo o mundo. No Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, foram estimados cerca de 66.280 casos novos de câncer de mama e 17.572 casos de morte pela doença. Contudo, tem sido sugerido que estratégias terapêuticas e prognósticas mais adequadas no câncer de mama podem ser desenvolvidas usando a expressão de genes que estão associados ao desenvolvimento, crescimento e agressividade da doença como biomarcadores, incluindo o gene IGF-1 que codifica uma proteína de mesmo nome. A propósito, alguns estudos tem analisado a expressão gênica do IGF-1 (mRNA do IGF-1) no câncer de mama, no entanto, muitos destes estudos mostraram resultados controversos e conflitantes. Assim, devido às controvérsias da expressão gênica do IGF-1 em estudos realizados em tumores mamários e, até onde investigamos, há ausência de estudos da expressão gênica de IGF-1 no sangue periférico de mulheres com câncer de mama recidivado, o que nos levou ao desenho do presente estudo. Esta tese foi estruturada em dois capítulos: O capítulo I teve como objetivo investigar por meio de um artigo de pesquisa envolvendo uma revisão sistemática, os níveis de expressão do gene IGF-1 em mulheres com câncer de mama. Esta revisão sistemática mostrou que níveis da expressão gênica do IGF-1 podem estar relacionados a fatores clínicos e histopatológicos, sobrevida livre de doença e sobrevida global de mulheres câncer de mama. O capítulo II teve como objetivo comparar a expressão do gene IGF-1 no sangue periférico de mulheres com câncer de mama sem recidiva (controle, n= 85) e com recidiva (estudo, n= 61), e mostrou que não houve diferença significante da expressão gênica do IGF-1 no grupo estudo em comparação ao controle (p = 0,98). No entanto, em pacientes sem metástases linfonodais, a expressão de mRNA do IGF-1 foi significantemente maior em mulheres do grupo controle do que no estudo (p = 0,02). Usando a mediana como ponto de corte, houve uma diferença estatisticamente significante em relação ao grau histológico tumoral apenas em mulheres com câncer mamário recidivado (p = 0,04). Assim, o presente estudo mostrou uma expressão gênica do IGF-1 significante maior em mulheres sem metástases linfonodais do grupo controle em comparação ao grupo estudo. Também, houve diferença significante da expressão mediana de IGF-1 em relação ao grau histológico tumoral somente no grupo de mulheres com recidiva do câncer de mama.