A pesquisa de novos antimicrobianos faz-se necessária devido ao surgimento de cepas multi resistentes, incluindo micro-organismos que não possuem sensibilidade a nenhum dos fármacos disponíveis. Outro aspecto relevante é a baixa taxa de lançamento de novos agentes, por esse motivo, é urgente que pesquisas sejam realizadas para desenvolvimento de novos antimicrobianos. Nesse contexto, as riparinas são moléculas promissoras, pois há relatos na literatura da atividade de alguns dos análogos sobre Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Dessa forma, com este trabalho objetivou-se investigar o potencial das riparinas no combate a doenças infecciosas, tanto na atividade intrínseca, quanto modulação da resistência a antibióticos. Para isso, primeiramente foi determinada a concentração inibitória mínima (CIM) das riparinas A, B, C, D e E contra S. aureus e foi avaliado seu potencial modulador no co-tratamento com ciprofloxacino e norfloxacino. Entre as riparinas testadas, Rip-E foi a que apresentou melhor atividade intrínseca (CIM = 32 µg/mL) e, Rip-B foi a com maior atividade moduladora, sendo capaz de reduzir o CIM das fluoroquinolonas oito vezes. A partir desse resultado, Rip-B teve seu mecanismo de modulação da resistência investigado. Para isso, foi testado também, o CIM de brometo de etídio (substrato da bomba NorA) em co-tratamento com riparina, além de ensaios de efluxo com brometo de etídio com fluorescência. Rip-B foi capaz de reduzir o CIM do brometo de etídio no co-tratamento, sugerindo inibição do efluxo. Esse mecanismo foi confirmado nos ensaios de efluxo e também na docagem. Foram feitos estudos de docagem para avaliar a compatibilidade deste composto com o possível sítio de ação. A Rip-B foi a molécula com mais provável encaixe com a bomba NorA de S. aureus. A partir da determinação do CIM de S. aureus, a riparina com maior atividade antimicrobiana intrínseca teve seu CIM avaliado para outras cepas de bactérias Gram positivas (S. aureus and S. epidermidis) e Gram negativas (E. coli, Salmonella Typhimurium e Pseudomonas aeruginosa), leveduras (Candida albicans e C. tropicalis) e sua atividade contra Leishmania amazonensis. Entre as riparinas, Rip-E foi a com maior atividade antimicrobiana intrínseca sobre S. aureus e, foi capaz de inibir o crescimento de bactérias Gram positivas e Gram negativas, sendo mais ativa contra as Gram positivas. Possui também atividade fungicida contra as duas espécies de Candida testadas, além de demonstrar atividade leishmanicida. Diante desses resultados pode-se concluir que as riparinas possuem um grande potencial antimicrobiano para tratamento de doenças infecciosas ou em co-tratamento associadas à ciprofloxacino e norfloxacino.