Comprimidos mucoadesivos aplicados a via bucal são formulações não convencionais, com muitos atrativos tecnológicas. Apesar da diversidade de estudos desenvolvidos até o momento, não há consolidação e padronização das informações necessárias para seu desenvolvimento. O presente artigo busca avaliar, a partir de uma revisão sistemática com meta-análise, os dados relacionados a qualidade final desta tecnologia. Dos 52 artigos selecionados, destaca-se que os fármacos incorporados são em ampla maioria para a administração sistêmica, visando aumento da biodisponibilidade, apesar de também ser uma via possível para administração local de fármacos. É consenso o desenvolvimento de comprimidos bucais de 100 a 150 mg, incluindo fármacos solúveis, e mantendo a liberação sustentada por 6 horas ou mais. Os polímeros mais frequentes são os derivados da celulose, Carbopol (CBM), Quitosana (CS), e Gomas, sozinhos ou misturados, com força adesiva na ordem: CBM > Alginatos > derivados da celulose > Gomas. Os polímeros de CBM são ácidos, conferindo pH de superfície abaixo do pH fisiológico bucal, relacionado a ionização, irritabilidade, etc. De todos estes, CS se relaciona a uma liberação mais rápida, já com os outros, muitas variações foram encontradas, aparentemente decorrentes de excipientes do comprimido ou do tipo de fármaco incorporado. Dentre outros resultados, o artigo comprova que se destaca na qualidade desta tecnologia a análise minuciosa entre o polímero, as características físicas do comprimido, características físico-químicas do fármaco a ser incorporado e da região bucal em que este permanecerá em contato.