A quimioterapia e a radioterapia estão apontadas como alternativas frequentes de tratamento oncológico, no entanto, é evidente a incidência de efeitos nocivos, especialmente em tecidos de grande proliferação. A mucosite oral (MO) é um dos efeitos mais comuns e de grande impacto, pois além de extremamente doloroso, pode interferir no curso do tratamento. Devido as limitações hoje encontradas nas terapias atuais em relação a eficiência e o tempo de melhora, o presente estudo objetivou desenvolver um agente terapêutico com ações moleculares capazes de promover o tratamento da mucosite induzida pela quimioterapia e radioterapia. Para isso, foi realizado, no capítulo 01, uma prospecção científica e tecnológica da Melaleuca alternifolia através de uma revisão sistemática, para posterior solicitação do patenteamento do carreador lipídico nanoestruturado (CLN). A busca nas bases PubMed, Scopus e BVS, resultou em 12 estudos científicos, os quais abordarm que oóleo essencial (OE) de melaleuca apresenta diversas atividades, entre as princiapias:antibacteriano, antifúngico, anti-inflamatório, antiparasitário e antioxidante. A busca bancos WIPO, Espacenet, USPTO e INPI resultou na elegibilidade de 29 patentes que mostraram predominantemente sua aplicação em produtos para afecções dermatológicas, entre diversas outras. Posteriormente, no capítulo 02, foi desenvolvido o CLN com Melaleuca alternifolia e uma sub dose de anfotecina B. A formulação, mostrou um aspecto líquido, sem evidências de separação de fases, apresentaram coloração levemente esverdeada e com odor característico do óleo. Foi realizadocaracterização físico-química onde apresentou tamanho da partícula = 177,5, PDI = 0,176 e pontencial zeta = -29,3 se mantendo estável ao longo de uma estocagem de 45 dias e com eficiência de encapsulação ~ 99,9%. Manteve pH = 5,83, adequado para mucosa bucal e manteve-se após teste de estabilidade física com preservada espalhabilidade, além de parâmetros de textura satisfatórios. O CLN mostrou efeito inibitório para S. aureus, E. coli. e efeito inibitório e de dispersão para C. albicans. Não mostrou citotoxicidade pelo método MTT quando avaliado para linhagem de células não-tumorais de fibroblastos (L929). Após sintese e caracterização da CLN, Este estudo testou in vivo a tecnologia farmacológica através da indução de MO em 40 ratos Wistar com imunossupressão atingida pela aplicação de 5-FU durante 3 dias e lesão química com ácido acético (25%), posteriormente, aplicou-se o tratamento por 4 dias dividindo os animais em 5 grupos: CLN com ativo (GNA), CLN sem ativo (GNM), Gel com ativo (GCA), grupo com periogard (GPG) e grupo negativo (GSF). Durante o período de avaliação, foram realizados os seguintes testes: teste toxicogenéticos de micronúcleos pelas células da mucosa bucal e cometa alcalino em sangue periférico, além da análise histopatológica do fragmento mucoso lesionado, e finalmente, análises hematológicas e bioquímicas. Este estudo comprovou que os animais tiveram melhora de manifestações clínicas de perda de peso, irritabilidade, diarreias e hemorragias. O tratamento com o CLN de melaleuca mostrou melhora clínica da lesão, a análise histológica mostrou recuperação tecidual, sem lesões de continuidade e com ausência de infiltrado inflamatório. Não apresentou alterações no perfil hematológico e nem toxicidade hepática ou renal. Este estudo sugere condições favoráveis para extrapolação dos resultados em testagem com humanos.