Estimar o intervalo de tempo compreende uma sucessão de eventos em diversas atividades de nossas vidas. Esse é modulado por diversos fatores, tais como o nível de atenção, as emoções, memórias e doenças, em especial a Doença de Parkinson (DP). Embora os estudos apresentem que pacientes com DP, estimam o intervalo de tempo mais longos do que àquelas pessoas sem a doença, ainda não foi estudado se há diferença entre os estadiamentos e níveis cognitivos na precisão com a interpretação do intervalo de tempo. Dessa forma, este estudo buscou analisar a precisão na interpretação da estimativa de tempo e as diferenças entre os estadiamentos e níveis cognitivos com a interpretação da na estimativa do tempo. Oito pacientes com DP no estadiamento 1,5 (unilateral e axial) e oito no estadiamento 2,5 (bilateral leve) do sexo masculino, realizaram uma tarefa de estimativa do tempo nos intervalos de 1s, 4s, 7s e 9s com duração de 10 minutos antes da coleta sanguínea. Os resultados do coeficiente de variação para respostas entre os dois estadiamentos demonstrou que os pacientes classificados no estadiamento 2,5 são menos precisos para estimar o intervalo de tempo. Enquanto para o erro absoluto, eles erraram 2,52 segundos a mais do que os do estadiamento 1,5 no intervalo de 9s (p < 0,0001). Também foi observado que os pacientes do estadiamento 1,5 subestimam o tempo em 6,84 segundos a mais do que os do estadiamento 2,5 (p < 0,0001) no intervalo de 9s. A diferença ente os estadiamentos e níveis cognitivos de maneira geral revelaram uma maior imprecisão em estimar o tempo à medida que o indivíduo piora seu quadro clinico motor e cognitivo. Por fim, nossos resultados conjuntamente com a literatura nos fazem pensar na possibilidade de utilização de tarefas de percepção do tempo como ferramenta avaliativa não invasiva da Doença de Parkinson.