A Samanea tubulosa Benth. (Fabaceae), conhecida popularmente por ‘Bordão de Velho’, com ampla distribuição pelos estados do Piauí e Maranhão. É cultivada para fins ornamentais e industriais, e utilizada na medicina tradicional para tratar processos inflamatórios e infecções cutâneas. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva das frações obtidas do extrato etanólico das vagens de Samanea tubulosa Benth., utilizando modelos de inflamação e nocicepção, bem como a identificação dos constituintes químicos responsáveis pelas ações das frações. As frações semipurificadas foram obtidas a partir do extrato etanólico das vagens de Samanea tubulosa Benth, e a toxicidade aguda das frações hexânica, acetato de etila e aquosa foi avaliada em dose única durante 14 dias de observação. O efeito antiedematogênico das frações hexânica, acetato de etila e aquosa, foi avaliado diante dos seguintes agentes flogísticos: carragenina, dextrana e prostaglandina. Além disso, foi avaliada a atividade antinociceptiva nos testes de formalina, capsaicina e glutamato. Determinou-se também os possíveis mecanismos de ação envolvidos no efeito antinociceptivo da fração hexânica e acetato de etila a partir do sistema opioide, canais de K + ATP e via de L - arginina-óxido nítrico. As análises fitoquímicas revelaram na fração hexânica a presença de ácidos graxos e seus ésteres (52,1%) e triterpenos derivados do lupano (28,58%) como a lupenona (16,53%) e lupeol (12,05%), já na fração acetato de etila foi identificado compostos flavonoides e fenólicos como a luteolina. Nos ensaios farmacológicos com a administração das frações hexânica, acetato de etila e aquosa por via oral, foi observado no teste de toxicidade aguda que os animais tratados com as frações não apresentaram sinais de toxicidade, até a dose de 2000 mg kg-1 . No teste de edema de pata induzido por carragenina, observou-se maior efeito antiedematogênico apenas na fração hexânica e acetato de etila na dose de 200 mg kg-1 com pico de resposta na 3ª h, em ambas as frações. A fração hexânica na dose de 100 mg kg-1 reduziu o edema induzido por dextrana a partir de uma hora de observação. Os grupos tratados com as frações hexânica e acetato de etila provocaram uma diminuição significativa no edema induzido por prostaglandina nos tempos de 60 a 120 min. No teste da formalina e capsaicina foi observado ação antinociceptiva. No teste do glutamato, as frações hexânica e acetato de etila apresentaram atividade antinociceptiva somente na dose de 12,5 e 25 mg kg-1 . A antinocicepção produzida pelas frações hexânica e acetato de etila foi significativamente revertida pela naloxona, indicando que as frações atuam pela via opioide. A resposta antinociceptiva da fração acetato de etila foi bloqueada pela glibenclamida, indicando que esta fração atua pela via dos canais de K+ ATP. Contudo, a resposta antinociceptiva das frações hexânica e acetato de etila não foram bloqueadas quando os animais foram pré-tratados com L- arginina indicando que as frações hexânica e acetato de etila não atuam por essa via. Nos testes do campo aberto e rota rod para as frações hexânica e acetato de etila não houve alteração da atividade locomotora dos animais. Conclui-se, portanto, que as frações em estudo exercem atividade anti-inflamatória através da inibição do edema de pata induzido por diferentes agentes flogísticos. E apresentam atividade antinociceptiva possivelmente relacionado com a via opioide.