Desenvolvimento de metodologias analiticas para a extração de carotenoides biotecnologicamente importantes obtidos a partir de goiaba
Licopeno, Goiaba, Antioxidantes naturais.
Psidium guajava L. é uma das espécies da família Myrtaceae cultivada nos países de clima tropical cujo fruto é a goiaba. A goiaba pode apresentar polpa de cor branca e vermelha. Na goiaba vermelha são encontrados antioxidantes importantes como o licopeno. Este carotenoide que tem recebido atenção especial nos últimos anos devido ao potencial em neutralizar os radicais livres. Portanto, este trabalho teve como objetivo o estudo da quantificação, caracterização, avaliação da capacidade antioxidante e antimicrobiana do licopeno extraído da goiaba. Para a caracterização do licopeno as técnicas de Espectrofotometria UV-vis, Cromatografia Liquida de Alta Resolução (CLAE), Espectrometria de Massas (EM) e Ressonância Magnética Nuclear (RMN) foram empregadas. Uma curva de calibração foi construída em UV-vis e CLAE para a quantificação do licopeno obtido por diferentes métodos de extração. Um estudo comparativo da atividade antioxidante por ABTS e ORAC (Capacidade de Absorção do Radical Oxigênio) foi realizado com os extratos de carotenoides de goiaba (ECG) e de tomate (ECT), também com licopeno purificado a partir destes extratos. O licopeno purificado da goiaba (LPG) apresentou as mesmas bandas de absorbância do padrão de licopeno do tomate (LP) com λmáx = 445, 472 e 503 nm. Os resultados obtidos por CLAE, EM e RMN mostram que o método aplicado de maior rendimento durante a extração do licopeno de goiaba tende a isomerizá-lo em 5-cis licopeno o 13-cis licopeno, por ação da temperatura e pelo uso de solventes orgânicos. Na CLAE, ambos LPG e licopeno purificado do tomate (LPT) apresentaram o mesmo tempo de retenção (tR), porém foi diferente do tR do LP, provavelmente, são isômeros do trans licopeno. Além disso, o perfil cromatográfico do ECG apresenta os mesmo picos do ECT com intensidades diferentes que pode ter influenciado no potencial antioxidante dos extratos. O ECG apresentou maior atividade antioxidante para o radical ABTS+. - 2,2’-azino-bis (3-etilbenzotiazolin) 6-ácido sulfônico) e ORAC. Para os ensaios antimicrobianos o ECG e o ECT apresentaram MIC (15mgml-1) e MBC (30mgml-1) contra bactérias Gram positivas (Staphylococcus aureus e Listeria innocua) e Gram negativa (Echerichia coli). Portanto, estes ensaios mostram que o extrato produzido a partir do resíduo da cadeia da goiaba tem potencial para o uso nas indústrias de alimentos, cosmética e farmacêutica.