Nanopartículas de prata estabilizada com colágeno para aplicação biológica: Síntese e caracterização.
Nanopartícula de prata, colágeno, viabilidade celular, bacteriostático.
A busca por produtos que favoreçam a cicatrização de tecidos biológicos vivos vem de vários anos devido a ferimentos de guerra e a doenças mutilante e degenerativa. A prata foi vastamente utilizada para assepsia de feridas devido à capacidade de agir contra microorganismos, porém, se descobriu que também prejudicava a vida humana por ser toxica. Desta forma, a nanopartícula de prata, quando descoberta, ganhou grande notoriedade, pois tem a capacidade de manter as características antimicrobianas e, em algumas composições e concentrações, não ser tóxica ao corpo humano. Assim, agregar a nanopartícula de prata com a proteína mais abundante nos mamíferos pode trazer benefícios na cicatrização tecidual. O colágeno Tipo I, presente durante a cicatrização tecidual de forma endógena, se apresenta em alguns estudos como estrutura propícia no favorecimento da cicatrização. Desta forma a síntese de nanopartícula de prata estabilizada com colágeno poderia fornecer um produto com potencial cicatrizante (características do colágeno), mantendo a assepsia da ferida. Esta tese teve como objetivo desenvolver nanopartícula de prata estabilizada em uma solução de colágeno para aplicações biológicas. Foram idealizadas, sintetizadas e testadas três soluções de nanopartícula de prata estabilizada com colágeno tipo I (AgNPcol) variando a relação molar entre a solução de nitrato de prata e do borohidreto de sódio. As AgNPcols foram caracterizadas conforme seu tamanho, potencial zeta e índice de polidispersão utilizando DLS, espectroscopia de UV-Vis, TEM, FTIR, espectroscopia por absorção atômica e XRD. Foram também testados a ação das AgNPcols contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas além de realizar ensaio de viabilidade celular e de permeação cutânea da AgNPcol de melhor característica segundo a literatura. Pode-se verificar que todas as nanopartículas sintetizadas possuiam formato esférico e potencial zeta positivo. A AgNPcol com razão molar de 1:6 apresentou menor diâmetro (64,34 ± 16,05), menor índice de polidispersão (0,40 ± 0,05) e maior eficiência de redução de prata (0,645 mM). Além disso, todas as nanopartículas sintetizadas mostraram uma atividade antimicrobiana tanto contra Staphylococcus aureus e Escherichia coli. A AgNPcol 1:6 foi selecionada para testes de viabilidade celular não apresentando toxicidade para as células (OSCC) na concentração examinada. Na avaliação de permeação cutânea pode-se verificar que houve difusão do AgNPcol 1:6 até a quarta hora do teste e também a presença desta nanopartícula nos extratos superiores e no restante da pele. Desta forma, foi possível sintetizar nanopartícula de prata estabilizada com colágeno com características favoráveis a aplicação biológica como formato esférico, diâmetro entre 64,34 e 81,76 nm, atividade antibacteriana contra microorganismos, não-toxicidade para as células testadas (OSCC) e com permeação cutânea relativa.