Banca de QUALIFICAÇÃO: MÁRCIA FERNANDA CORREIA JARDIM PAZ

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MÁRCIA FERNANDA CORREIA JARDIM PAZ
DATA: 30/11/2020
HORA: 08:30
LOCAL: Sala virtual
TÍTULO: MONITORAMENTO TOXICOGENÉTICO DOS EFEITOS DO OMEPRAZOL EM EPITÉLIO BUCAL DE PACIENTES COM PATOLOGIAS GÁSTRICAS
PALAVRAS-CHAVES: Gastropatias. Omeprazol. Toxicogenética. Genotoxicidade. Teste de Micronúcleos
PÁGINAS: 228
GRANDE ÁREA: Outra(s)
ÁREA: Biomedicina
RESUMO:

O estômago é uma dilatação do tubo digestivo com maior diâmetro que se estende do esôfago até o duodeno, localizado sob o diafragma com funções exócrinas e endócrinas, responsável por digerir o alimento e secretar hormônios. As alterações na mucosa gástrica são associadas com a produção aumentada de ácido, stress e ansiedade, levando a úlceras e adenocarcinomas. A bactéria Helicobacter pylori tem associação com lesões pré-cancerosas, como gastrite crônica atrófica, úlceras e o câncer gástrico, possivelmente devido ao aumento da produção de espécies reativas de oxigênio e espécies de nitrogênio reativo no estômago humano. O diagnóstico da infecção por H. pylori é realizado por diversos testes, incluindo os endoscópicos, que fornecem material biológico para biópsia gástrica, teste de urease e para avaliações clínicas. As gastrites e ulcerações pépticas e esofagianas são associadas a tumores e exigem a administração de omeprazol. O fármaco inibe a bomba de ácido gástrico na célula parietal e é, completamente, metabolizado no fígado, liberando sulfona, sulfito e hidroxi-omeprazol, compostos que podem gerar danos oxidativos. No tratamento de distúrbios gastrointestinais, o omeprazol é usado de forma intermitente ou prolongada, podendo induzir danos ao material genético.  Assim, o objetivo do estudo é de realizar o monitoramento toxicogenético do uso do omeprazol em pacientes com gastrites utilizando biomarcadores citogenéticos, indicativos mutagenicidade, a partir da mucosa bucal, com aplicação do Teste de Micronúcleos. Esse biomarcador foi associado com a H. pylori, com os dados de exames hematológicos, bioquímicos e histopatológicos, estilo de vida e com as interações medicamentosas com outros fármacos. Como a etiologia dessas patologias gástricas e os metabólitos do omeprazol podem gerar espécies reativas de oxigênio, a dosagem de enzimas antioxidantes será realizada. O estudo foi feito no Hospital Getúlio Vargas (Teresina-Piauí (2016-2019), em 218 pacientes com gastrite em terapia com omeprazol (20, 30, 40  mg/Kg) divididos em (1) sem gastrite (n=46); (2) sem gastrite e uso de omeprazol (n=22); (3) pacientes com gastrite (48); (4) com gastrite e terapia com omeprazol (n=48); (5) gastrite e H. pylori (n=27) e (6)  gastrite e H. pylori em terapia com omeprazol (n=27). O omeprazol induz  aumento de micronúcleos (6>5>4>3>1 e 4>3>1); células binucleadas (6>5>4>3>1 e 2>3>5>1); brotos (6>2>4>3>5>1); pontes (6>4>2>5>1 e 3>1); cariorrexes (6>5>3>4>1 e 4>3>5.1), cariólises (6>2>5>1 e 4>3>5>1) e picnoses (6>3>5>4>2>1). O omeprazol induz aumentos nas dosagens de superóxido dismutase e catalase, que foram estatisticamente correlacionadas com os riscos citogenéticos. Em síntese, o omeprazol pode induzir riscos citogenéticos em epitélio bucal indicativos de efeitos aneugênicos e/ou clastogênicos, citotoxicidade, alterações em expressão de genes e efeitos apoptóticos. Assim, a terapia e o uso sem prescrição médica podem ocasionar instabilidade genômica em epitélio bucal de pacientes com gastrite e, especialmente, em pacientes com gastrite e infecção por H. pylori. Esses resultados apontam para cautela frente à terapia e uso de omeprazol como estratégia para a prevenção de neoplasias.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2714919 - DANIEL DIAS RUFINO ARCANJO
Interno - 1731057 - JOAO MARCELO DE CASTRO E SOUSA
Externo à Instituição - MARCUS VINÍCIUS OLIVEIRA BARROS DE ALENCAR - UNINTA