A busca por novos materiais nanoestruturados com atividade antimicrobiana e, que surjam como alternativa em aplicações biotecnológicas tem sido destaque na atualidade. Tal fato deve-se ao aumento nos últimos anos de cepas bacterianas cada vez mais resistentes a bactericidas e antibióticos convencionais. Dentro deste contexto, o emprego de recursos naturais no desenvolvimento destes materiais nanoestruturados torna-se interessante por se tratar de uma oportunidade para agregar valor a um produto regional, abundante, de baixo custo e ainda pouco explorado comercialmente, como é o caso da argila Palygorskita (Pal). Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa foi o desenvolvimento de um nanocompósito utilizando a palygorskita (Pal) e nanopartículas de prata (AgNPs) para aplicações como agente antibacteriano. As AgNPs foram sintetizadas via síntese verde, utilizando o sal precursor nitrato de prata (AgNO3) e polissacarídeos naturais exsudados da goma de cajueiro (Anacardium ocidentalle L.). E caracterizadas pelas técnicas de Espectroscopia na Região do Ultravioleta-Visível (UV-vis), Espalhamento Dinâmico de Luz (DLS), Potencial zeta e Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM), confirmando a formação com sucesso das AgNPs de formato esférico e seu revestimento com a goma de cajueiro (GC). A Pal passou por tratamentos físicos e químicos para a remoção de impurezas e matéria orgânica. A Pal e o nanocompósito de Pal/AgNPs foram caracterizados por Difração de Raios - X (DRX), Análises Térmicas, Espectroscopia de Absorção no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS) e Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM). Tais técnicas comprovaram a redução de impurezas na palygorskita, como também a formação do nanocompósito de Pal/AgNPs. Foi avaliada também a atividade antibacteriana da Pal, das AgNPs e do nanocompósito de Pal/AgNPs que foram analisadas pelo método de contato direto contra cepas de bactérias do tipo Staphylococcus aureus (Gram-positivas) e Escherichia coli (Gram-negativas). Tais resultados mostraram que o nanocompósito obtido apresentou os maiores efeitos de inibição tanto para as bactérias de S. aureus (85,3%), quanto para as bactérias de E. coli (70,2%). Desse modo, os nanocompósitos de Pal/AgNPs são considerados promissores com grande potencial de aplicação como agente antibacteriano. No sentido de analisar a originalidade do trabalho, também foi apresentando um estudo de prospecção científica e tecnológica realizado nas bases científicas Web of Science, Scopus e Scielo, bem como nos bancos de patentes do Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI, Escritório Europeu de Patentes - Espacenet e Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos – USPTO, demonstrando que o nanocompósito de Pal/AgNPs obtidos via síntese verde, utilizando a goma do cajueiro para aplicação como agente antibacteriano é algo inovador, visto que não foi encontrado nenhum relato na literatura com abordagem semelhante.