Carcinomas são tumores malignos constituídos por células de crescimento desordenado e capacidade invasiva, que requerem aumento nas concentrações intracelulares de zinco (Zn) para manutenção do elevado índice mitótico. Na neoplasia mamária, o LIV-1 é umas das principais proteínas transportadoras, responsáveis pelo aumento do influxo de Zn2+ , com superexpressão associada à agressividade tumoral e invasão para gânglios linfáticos. Sabe-se que o gene codificador de LIV-1 (SLC39A6) é induzido por estrógenos, entretanto, os mecanismos de ativação incluem a fosforilação de proteínas quinases, como o receptor do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1R). A ativação deste receptor, por sua vez, ativa vias inflamatórias de estímulo mitótico e antiapoptóticas. Evidências demonstram que polimorfismos no gene IGF-1R estão associados à superexpressão do receptor, mas sua influência no câncer de mama permanece controvertida. Desta forma, este estudo objetivou avaliar o status do Zn, expressão gênica de LIV-1 (Zip-6) e o polimorfismo 3129 A>G (rs2229765) no gene IGF-1R em mulheres com câncer de mama. Inicialmente, foi realizada uma revisão sistemática sobre o potencial funcional de polimorfismos no gene IGF-1R na neoplasia mamária, selecionando-se estudos originais, sem limite de ano ou idioma de publicação. Em adição, estudo caso-controle foi desenvolvido, com a participação de 136 mulheres com (n = 66) e sem câncer de mama (n = 70). Foram coletados dados relativos à história familiar, reprodutiva, sociodemográfica, caracterização anatômica do tumor e prognóstico clínico. Determinantes dietéticos e antropométricos foram avaliados, segundo as recomendações vigentes. Para etapa de qualificação, determinou-se a distribuição genotípica do polimorfismo IGF-1R 3129 A>G, por reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR). Os dados relativos às dosagens de Zn plasmático e expressão gênica do LIV1 serão incluídos no relatório de pesquisa, somente para defesa da tese. Os dados atuais foram analisados por regressão logística uni e multivariada, na amostra total e estratificada por estado menopausal e adiposidade abdominal. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos. A revisão sistemática demonstrou que polimorfismos no gene IGF-1R têm potencial funcional no câncer de mama, com resultados inconclusivos sobre sua influência nos diferentes tipos moleculares da doença e estado menopausal. Referente às mulheres avaliadas, verificou-se que o carcinoma ductal invasivo, luminal B, foi o principal tipo de tumor encontrado, com estadiamento 0 a IIb da classificação TNM (tumor-nódulo-metástase) e pior prognóstico clínico. Além disso, as mulheres com câncer de mama apresentaram maior ingestão dietética e adiposidade abdominal, em comparação àquelas sem a doença. A distribuição alélica do polimorfismo rs2229765 no gene IGF-1R teve predominância do genótipo variante GG, sem associação com o câncer de mama, independentemente do estado menopausal. Porém, foi demonstrado aumento do risco de câncer de mama em mulheres com genótipo tipo-selvagem AA e adiposidade abdominal elevada. A partir dos resultados, conclui-se que o polimorfismo 3129 A>G é frequente na população estudada, e que seu potencial funcional no câncer de mama pode ser modificado pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo na região abdominal.